Bangue-bangues clássicos
Rastros de ódio ( 56). Com John Wayne. O único faroeste que entrou para a lista dos dez melhores filmes de todos os tempos, votados no fim de 82 pelos críticos de todo o mundo. Embora, na época, não tenha tido a devida repercussão, hoje é considerado a obra-prima de John Ford. Não apenas o seu visual é esplêndido como traz a melhor composição de John Wayne, num personagem ambíguo, individualista, autossuficiente: Ethan Edwards, que sai atrás de sua sobrinha sequestrada pelos índios. A porta que se abre e fecha no final é uma síntese de toda a mitologia do gênero.
0 diabo feito mulher (52). Com Marlene Dietrich, Mel Ferrer (casado com Audrey Hepburn) e Arthur Kennedy. Um homem que foi para o Sudoeste vingar a violação e a morte de sua noiva , relaciona-se com um notório pistoleiro e uma ex-dona de saloon, que agora dirige um esconderijo de fugitivos. Considerado o melhor faroeste de Fritz Lang (o alemão diretor de O vampiro de Dusseldorf, que emigrou para os Estados Unidos).
Dívida de sangue (1965). Com Jane Fonda, Lee Marvin e Nat King Cole). Um dos melhores faroestes humorísticos do cinema. Deu um surpreendente Oscar para Lee Marvin. É um "tour de force", já que Marvin interpreta gêmeos, o bom e o mau. A fita é narrada por dois menestréis, o gordo Kye e Nat King Cole, este em seu último trabalho. Eles contam a balada de Cat Ballou (Fonda), uma ex-professora que se tornou ladra liderando uma quadrilha de amadores da qual Marvin faz parte (como o gêmeo "mau", ele usa nariz postiço e roupas escuras). É bom lembrar que Nat King Cole gravou no Brasil um elepê cantando entre outras músicas a eterna Ninguém me ama. Silvinha Telles e o Trio Irakitã o acompanham em diversas canções. Não receberam um tostão em troca de ver seus nomes na capa do disco.
O homem que matou o facínora (62). Direção de John Ford, um ícone do fazer faroestes. Com John Wayne, Lee Marvin. Testamento onde Ford deixa patente a regra número 1 do western: "Quando a lenda é mais conhecida do que a realidade, publique-se a lenda". É o que acontece aqui: Quem matou o bandido Valance: Wayne ou Stewart? Notável a presença de Edmond O´Brien, na figura de um jornalista que nada temia. Ele ganhou um Oscar em A condessa descalça, ao lado de Ava Gardner e Humphrey Bogart.
Django (66). Com Franco Nero. Clássico do gênero. Homem misterioso chega à cidade procurando um general mexicano que matou sua mulher. Quentin Tarantino, diretor de fitas sanguinolentas, prestou uma homem ao ator Franco Nero, dando-lhe uma pontinha em Django vivo.
*Excetuando este último filme, que é italiano, os demais comentados acima são produções norte-americanas.