SC pede ajuda ao Governo Federal
Acompanhado de ministros, o governador Jorginho Mello sobrevoou as áreas mais atingidas
Ao lado do governador Jorginho Mello, uma comitiva do Governo Federal sobrevoou as cidades atingidas pelas fortes chuvas em Santa Catarina nesta quarta-feira (11). A vistoria foi nas cidades mais afetadas pelos temporais no Vale do Itajaí. O objetivo é assegurar auxílio financeiro para a reconstrução das cidades afetadas. “Uma das nossas prioridades é investir em dragagens e temos pressa”, frisou o governador a representantes da União.
A dragagem consiste na limpeza, desassoreamento, alargamento, desobstrução, remoção, derrocamento ou escavação de material do fundo de rios, um processo que evita a ocorrência de enchentes. O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou a sinergia entre as defesas civis nacional, estaduais e municipais. “É fundamental para minimizarmos os danos causados pelos desastres naturais. Começamos a fazer reuniões antes mesmo de as chuvas acontecerem. Assim como o Governo Estadual existe um monitoramento feito por uma sala de situação do Governo Federal que emite alertas e relatórios diariamente”, ressaltou o ministro.
Pacto pela Governança
Um dos compromissos do roteiro foi a assinatura do termo de adesão do Estado ao Pacto pela Governança da Água, que busca fortalecer a relação institucional entre a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), e os Estados, por meio da cooperação para o aprimoramento da gestão dos recursos hídricos, da regulação dos serviços de saneamento e da implementação da política de segurança das barragens. O acordo foi assinado pelo governador Jorginho, por meio da secretaria de Estado do Meio do Ambiente e Economia Verde, o ministro da Integração e Desenvolvimento, Waldez Góes e o diretor-presidente de Águas e Saneamento Básico, Maurício Abijaodi Lopes de Vasconcellos.
Do governo estadual, estiveram presentes no ato o secretário de Proteção e Defesa Civil, coronel Armando Schroeder, o comandante-geral do CBMSC, Fabiano de Souza, a secretária de Assistência Social, Mulher e Família, Maria Helena Zimmerman e a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.
Além do ministro da Integração, Waldez Góes, participaram da comitiva Federal, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, o secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, o presidente do SEBRAE Nacional, Décio Nery de Lima, o diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, Márcio Henrique de Oliveira Garcia, a senadora Ivete da Silveira e deputados da bancada federal.
Eles desembarcaram por volta das 8h30min no aeroporto de Navegantes e sobrevoaram a região do Vale do Itajaí. Depois, por terra, percorreram algumas localidades, de Blumenau, atingidas pelas chuvas. No fim da manhã, o prefeito, Mário Hildebrandt, recebeu os representantes da União e do Estado na prefeitura, onde se reuniram com a Defesa Civil regional.
Comitê de Crise vai avaliar prejuízos na agricultura
O secretário de Estado da Agricultura de Santa Catarina, Valdir Colatto, se reuniu com a presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, Celles Regina de Matos, o presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Dirceu Leite, o presidente da Central de Abastecimento de Santa Catarina, Sandro Vidal (Ceasa/SC), e demais entidades representativas do setor.
A reunião teve como objetivo formar um comitê de crise para discutir medidas emergenciais e ajudar os produtores rurais afetados pelos danos ocasionados pelas chuvas recentes no Estado, bem como oferecer apoio na prorrogação dos financiamentos dos programas da Secretaria de Estado da Agricultura e a possibilidade de indenização pelo Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa). Foram debatidas estratégias para amenizar os prejuízos enfrentados pelos produtores rurais, que tiveram suas propriedades afetadas pelas enchentes.
O foco principal foi a busca por soluções rápidas e efetivas para auxiliar na recuperação das áreas agrícolas e no restabelecimento da produção agropecuária animal e vegetal. O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), através da Portaria n.º 203/2023, prorrogou temporariamente o prazo de vencimento de licenças ambientais e processos administrativos de empreendimentos localizados em municípios declarados em situação de emergência provocados pelas fortes chuvas que afetam o Estado de Santa Catarina.
A presidente da Cidasc apresentou as ações das equipes técnicas dos departamentos regionais da Cidasc junto à Defesa Civil em cada região do Estado. “Este é um momento diferente na vida do catarinense e exige medidas diferentes ao pedir que os cidasquianos prestem apoio à Defesa Civil. Estamos nos fazendo presentes na hora que a comunidade mais precisa”, completou a presidente da Cidasc. “A Cidasc disponibiliza de um galpão no município de Campos Novos, o plantão para emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA), a retirada dos animais em situação de perigo ou morte, o auxílio na dragagem e abertura de canais, com os automóveis na entrega de donativos, caminhões e camionetes 4×4 para socorros aos atingidos. A Cidasc possui uma cadeira no Grupo de Ações Coordenadas (Grac) e apoia a Defesa Civil em ações emergenciais”, reforça Celles.
O secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto, enfatizou a importância de formar um comitê de crise e centralizar as informações com a Epagri, que irá fazer o levantamento de quais culturas, lavouras e cidades foram afetadas. “No primeiro momento a determinação do governador é que deixemos as pessoas em segurança. Em seguida, precisamos levantar as culturas afetadas para saber exatamente o que fazer e buscar os recursos previstos para a estruturação das propriedades rurais afetadas pelas enchentes. Com a força de trabalho seremos dezenas de mãos unidas para minimizar os danos causados pelas chuvas em todo o Estado de Santa Catarina”, destaca Colatto.
O presidente da Epagri, Dirceu Leite, afirmou que neste momento a missão da Empresa é levar seus técnicos a campo. “Temos uma rede de escritórios em 293 municípios. Em alguns o levantamento será feito de forma mais ágil, em outros a situação é mais complicada, pois temos áreas inacessíveis, com pontes que foram carregadas. Esse levantamento é fundamental para que o Governo do Estado desenhe qual será sua resposta frente à situação, para levar uma solução ao agricultor de forma rápida”, ressalta.
Dirceu reforçou a importância da população acompanhar a previsão do tempo em fontes oficiais.