COTA RACIAL

Militante do MBL faz duras críticas aos vereadores de Gaspar

O motivo é o projeto que reserva 20% das vagas em concurso público aos negros. Acesse a reportagem e assista ao vídeo.

Militante do MBL faz duras críticas aos vereadores de Gaspar
Fernando Holiday faz sucesso nas redes sociais
reprodução JM

Um vídeo de pouco mais de um minuto, que circula nas redes sociais, crítica duramente os vereadores de Gaspar e o projeto de lei 57/2015 que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos no município. A matéria, de autoria do executivo, mas sugerida pela bancada petista no legislativo, ainda está em tramitação na Casa e foi motivo de uma audiência pública na semana passada.

As críticas partiram de um dos fundadores do Movimento Brasil Livre, Fernando Holiday, que é negro e morador da periferia de São Paulo. "O que é que a Câmara de Vereadores de Gaspar está pensando? Cotas raciais para serviço público? Infelizmente, o que está acontecendo nesta cidade é que estão pegando os piores exemplos do governo federal e de outros governos estaduais que mais uma vez acham que os negros são incapazes de conseguir um emprego sem a ajuda do estado", dispara o militando do MBL. Para Holiday, a reserva de vagas é porque acham que os negros são incompetentes. No vídeo, ele afirma que a prefeitura de Gaspar vai começar a contratar gente incompetente somente para satisfazer ideologias vitimistas, que fazem dos negros sempre coitados. "Os vereadores de Gaspar deveriam se envergonhar; parar para pensar o que realmente essas cotas do serviço público significam. Botem a mão na consciência, este não é o caminho. Não é por aí que vamos resolver os problemas raciais no Brasil", argumenta.

O vereador petista Hamilton Graf, o Mitinho, defende a proposta. "Estamos resgatando uma dívida antiga com os negros, pois vieram para o Brasil como escravos e hoje sofrem as consequências desta situação. É fácil dizer que existe igualdade racial para todos, mas na prática não é bem assim", justifica o parlamentar. Mitinho lembrou ainda que o projeto tem validade de dez anos, com o prefeito podendo prorrogar ou não após o prazo de validade. "Se ele achar que o projeto não atendeu à expectativa, ele simplesmente o elimina". O vereador não concorda com Holiday, quando este afirma que o projeto vai beneficiar gente incompetente. "Não é nada disso, pois os negros vão precisar atingir a nota para passar no concurso, se isto não ocorrer a vaga ficará para uma pessoa de pele branca", explica.

No último dia 27 de janeiro, a Câmara de Vereadores realizou uma audiência pública para tratar do projeto e o presidente da Casa, Giovano Borges (PSD), revela que tinha uma visão diferente sobre o assunto de cotas raciais. "A partir da exposição feita por pessoas negras, passei a entender melhor o preconceito que elas sofrem no dia a dia". Borges destaca, ainda, que é preciso entender a realidade de Gaspar, que talvez o militante do MBL não conheça. "Todas as pessoas negras que vieram na audiência elogiaram o projeto. Portanto, a comunidade negra quer, sim, a reserva de vagas no serviço público", observa. A matéria aguarda agora o momento de ser votada na retomada das sessões legislativas. Se for aprovada, seguirá para sanção do prefeito Celso Zuchi, garantindo a reserva de 20% das vagas em concurso público aos negros para os próximos 10 anos.

 

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