
Sessão legislativa acaba com troca de farpas por conta do PL do Auxílio-Alimentação

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Alex acusou alguns parlamentares de voltarem atrás no voto a favor do auxílio-alimentação (Fotos: REPRODUÇÃO VÍDEO)
Presidente da Casa e vereadores Giovano Borges e Thímoti Deschamps trocaram acusações na tribuna
O clima esquentou na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Gaspar na noite desta quarta-feira, dia 19. O PL 10/2025, que estende o auxílio-alimentação aos vereadores, tomou conta dos debates na última parte da sessão, quando os vereadores podem usar a tribuna. A troca de farpas foi inevitável. O primeiro a falar foi o presidente da Casa, Alex Burnier (PL), autor do Projeto de Lei. Segundo ele, alguns parlamentares teriam concordado com o benefício, mas depois da repercussão negativa junto à comunidade voltaram atrás e fizeram vídeos, durante o fim de semana, afirmando serem contra.
Em seu pronunciamento, Alex citou conversas com dois vereadores: Giovano Borges (PSD) e Thímoti Deschamps (União), mas admitiu ter procurado outros vereadores antes de autorizar a tramitação do polêmico PL na Câmara Municipal. “Nós tínhamos votos para aprovar o projeto”, garantiu. Alex também teve apoio dos outros três membros da Mesa Diretora, Ciro André Quintino (MDB), Eli Nunes (PL) e Mara Lúcia Xavier da Costa (PP), a Mara da Saúde, que assinaram o PL 10/2025, porém, nenhum dos três se manifestou durante a sessão.
Alex admitiu ainda que todo vereador tem o direito de rever o seu voto, mas disse não admitir hipocrisia. “A hipocrisia pra mim não presta, e pra mim homem tem que honrar as calças que veste”, atacou. O presidente afirmou que parlamentares a qual havia recebido sinal verde para aprovação do projeto, fizeram “vídeos de hipocrisia”. “Eu questionei o vereador Giovano se ele havia mudado o voto, e tá tudo bem se ele mudou o voto... ele me perguntou se eu tinha provas, eu respondi que palavra de homem pra mim não faz curva”, enfatizou Alex, acrescentando que ouviu do vereador Giovano que era favorável ao auxílio-alimentação. No caso do vereador Thímoti, o presidente revelou que o parlamentar do União Brasil ficou em dúvida, e teria questionado se a matéria seria aprovada por unanimidade. “Aí, depois, foi para a internet surfar a onda...”, emendou Alex, que voltou a defender auxílio-alimentação para os 13 vereadores de Gaspar. “Eu não tenho problema em dizer isso. O povo não sabe o que nós vivemos aqui. Esse negócio de que vereador trabalha dois dias por semana, o povo sabe... o mesmo que fala isso amanhã está mandando mensagem para o vereador, mas é um direito do povo discordar da gente”, ponderou.
O vereador Giovano Borges iniciou sua fala chamando o presidente da Casa de mentiroso. “Tu és acostumado a mentir e acredita nas tuas próprias mentiras”, disparou. Lembrou que o presidente da Câmara é um líder e tem que se assumir como líder e não como menino. “Quando a água bateu na bunda faz o discurso do não fui eu que fez a proposta. O pai da criança é o vereador Alex. Ele foi lá na frente do meu gabinete dizer que iria lançar a ideia. Em momento algum fiz postagem demagoga e quando me perguntaram quem eram as pessoas eu não falei nada, disse que deveriam ir atrás para descobrir quem fez o projeto de lei". Borges admitiu que se o vereador Alex tivesse assumido a autoria do projeto de lei até poderia ter votado a favor, “mas como ele não teve capacidade não sou eu que vou ficar levando vereador pela mão, ensinando a ser presidente da Casa de Leis”, finalizou.
Outro que se manifestou foi o vereador Dionísio Bertoldi (PT), autor de uma emenda que suprime a expressão “agente político” do PL 10/2025, deixando apenas o auxílio-alimentação aos servidores da Câmara Municipal. Bertoldi esclareceu que sempre deixou claro, embora tivesse votado em Alex para presidente da Casa, que qualquer proposta de auxílio-alimentação e 13º salário para os vereadores seria radicalmente contra. "Eu fiz a minha parte", resumiu.
O vereador Thímoti admitiu que conversou com Alex sobre o Projeto de Lei, mas não teria se posicionado a favor. “Eu falei que iria conversar com os outros vereadores e principalmente ver o que a comunidade iria falar”, revelou. O parlamentar disse que não depende do salário de vereador e acusou Alex de não assumir a autoria do Projeto de Lei 10/2025. “O senhor deveria honrar as calças que veste e falar que esse projeto é seu. O senhor, vereador, foi de gabinete em gabinete pedindo voto, o senhor precisa falar a verdade, seja sincero”, concluiu.
Depois de muita pressão, na segunda-feira (17), a Mesa Diretora, presidida pelo vereador Alex Burnier (PL) decidiu retirar o PL 10/2025 da pauta de votação, permanecendo apenas os dois projetos de leis que concedem o benefício do auxílio-alimentação aos servidores da Prefeitura e da Câmara Municipal.
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