Com um discurso radical, que inclui a maior deportação de estrangeiros da história dos Estados Unidos, o Republicano venceu a eleição

O magnata Donald Trump está de volta à Presidência dos Estados Unidos quatro anos depois de ser derrotado pelo Democrata Joe Biden. Por volta das 7h30min da manhã desta quarta-feira, dia 6, horário de Brasília, o Republicano alcançou o número de 276 delegados do Colégio Eleitoral, e cravou a vitória, embora oficialmente ainda não tenha sido declarado eleito. Por enquanto, trata-se de uma projeção com base na contagem de votos que ainda está em andamento e pode levar semanas, já que, ao contrário do Brasil, cada estado norte-americano se responsabiliza pelo seu escrutínio. Segundo analistas, as vitórias na Georgia e Pensilvânia foram decisivas a favor de Trump. A adversária, a democrata Kamala Harris, que entrou no meio da corrida eleitoal, depois da desistência de Joe Biden, não conseguiu convencer o eleitorado norte-americano de que o seu governo seria diferente do atual. Em um discurso inflamado ainda durante a madrugada (horário de Brasília), Trump disse que Deus o fez o sobreviver a um atentado para que pudesse conduzir os norte-americanos. Ele também afirmou que vai inaugurar uma "era" de ouro nos Estados Unidos.

Em uma campanha eleitoral marcada por ataques dos dois lados, com muita fake news, desinformação e ataques xenófobos a minorias raciais, Trump acabou recebendo o voto de confiança da maioria dos norte-americanos diante da promessa de recuperar a economia do país. O discurso radical acabou tirando de casa muitos norte-americanos que, em 2020, não se interessaram pela eleição, já que nos Estados Unidos o voto não é obrigatório. Isso também foi decisivo para a vitória de Trump. Entre as promessas de Trump nesta volta à Casa Branca, estão o corte drástico de impostos, redução da inflação, recuperação da indústria norte-americana, combate a entrada de produtos chineses no país e desencadear a maior deportação de estrangeiros da história dos Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral, Trump contatou com o apoio do bilionário das redes sociais, Elon Musk, que o ajudou a disseminar teorias conspiratórias, que acabaram lhe favorecendo nas urnas.

Presidentes de vários países, entre os do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, já enviaram mensagens parabenizando Donald Trump pela eleição. Na avaliação do Palácio do Planalto, a vitória de Trump terá muita mais efeitos políticos do que econômicos no Brasil.