São Brás reúne a fé no Lagoa
Capela, erguida na década de 60 com ajuda da comunidade, é o templo de orações no distante bairro
Capela, erguida na década de 60 com ajuda da comunidade, é o templo de orações no distante bairro
A fé serve de estímulo para muitas boas obras. Um exemplo é a Capela São Brás, do bairro Lagoa, construída pela comunidade em 1964. Francisco Alves participou da construção do templo e, assim como sua esposa, Rodolfina, foi um homem bastante atuante na história da igreja.
Francisco, conhecido pelos moradores do bairro pelo apelido de Chiquinho, lembra-se de que antes de existir a capela nova, as missas eram celebradas na capela Santa Rosa de Lima, em Ilhota. "O padre, Frei Jacinto, vinha de Gaspar para celebrar a missa", conta. O nome de São Brás veio com o novo templo. No início, era apenas um galpão, todo aberto, com exceção do altar. Depois, a comunidade se mobilizou, e construiu o prédio que se conhece hoje. O terreno onde está a capela foi doado por Bubi Langa, outro morador do Lagoa.
"Levamos dois anos para construir a capela. Frei Otocar Prinz trazia dinheiro da Alemanha para ajudar na obra", diz Francisco. Segundo ele, o frei foi o responsável pelo surgimento da nova capela e foi também quem celebrou a primeira missa ali. Com o dinheiro vindo do velho mundo, os fiéis do Lagoa puderam acabar a construção e colocar também uma bela representação da Via Sacra.
O trabalho pesado era feito por equipes de fiéis que se revezavam, todos sob a coordenação dos pedreiros. Francisco explica que as pedras vinham do Morro Grande e eram transportadas em carroças. "A capela nova foi feita por fora da antiga e usamos o telhado velho", recorda Francisco. Enquanto isso, os fiéis continuavam frequentando outras igrejas. Os jovens casavam-se na Igreja Matriz São Pedro Apóstolo, no centro da cidade, bem como os pequenos tomavam a primeira comunhão. Para chegar até lá, foi preciso que os moradores abrissem estradas, e assim organizou-se o bairro.
Depois de concluída, a capela continuou sob a responsabilidade da comunidade. Eram os próprios moradores que se responsabilizavam pela sua limpeza e manutenção. Rodolfina lembra que, antigamente, não se podia tomar café antes de ir à missa, nos domingos pela manhã. Então, organizava-se um café para a comunidade, e depois da celebração, reuniam-se todos no salão da igreja para o desjejum. "A diretoria da igreja era participativa naquela época", comenta. O casal fez parte da diretoria da capela São Brás durante mais de 30 anos.
O padre, quando vinha, ficava uma semana inteira na comunidade. Então, os membros da diretoria preparavam as refeições e levavam para ele. Também participavam da organização da celebração, escolhendo os cantos. Nas festas da comunidade, eles recolhiam doações de prêmios para serem distribuídos, comida para a festa, e todos ajudavam. "Era tudo com a ajuda do povo, nada era pago a terceiros", explica Francisco. Ele e a esposa chegaram a ser zeladores da capela por 11 anos.
Naquela época, segundo o casal, a igreja era bem freqüentada, estava sempre cheia. O mesmo se dava nos dias de novena. Agora, o número de pessoas é bem menor. "Antigamente, vinha muita gente nas festas, até mesmo de outros lugares, como do Baú [ Ilhota ]. Hoje, a maioria são moradores daqui da Lagoa, mas o número de participantes é bem menor", compara Francisco. Neste ano, Rodolfina já está preparando as receitas dos bolos que fará para a festa do padroeiro, que acontecerá no dia 06 de fevereiro.
Festa do Padroeiro acontece em fevereiro
A festa do padroeiro São Brás (o santo das gargantas) está marcada para os dias 7 e 8 de fevereiro. Apesar de acontecer em um único fim de semana, o envolvimento começa já na quinta-feira, com a novena. No sábado, a partir das 19h haverá celebração, onde o padre dará a bênção da garganta. Depois, haverá baile no salão da paróquia, com serviço de bar e cozinha. No domingo, após a missa, será feito um churrasco.
Os participantes da festa também poderão se divertir e ganhar prêmios na roda da fortuna, as crianças na pescaria, e outras atrações. Os ingressos para o churrasco serão vendidos na hora. Segundo a presidente da diretora do Conselho para Assuntos e Econômicos da Paróquia, Elizete Coradini Nascimento, são esperadas mil pessoas na festa deste ano.
Elizete informa também que a diretoria está aceitando doações de prêmios para as barracas de jogos, bem como de artigos de padaria, como pães para cachorro-quente e bolos confeitados, para serem vendidos na festa. Quem quiser fazer doações pode procurá-la. As doações serão recebidas até o dia 5 de fevereiro.
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