Impeachment avança da comissão para o plenário

Crise política. Relatório foi aprovado por 38 a 27. Votação da Câmara pode ser no domingo (17)

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A Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira (11) à noite, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade da abertura do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Foram 38 votos a favor e 27 contrários.

O parecer aprovado será encaminhado ao plenário da Câmara, onde será lido na sessão imediatamente após a votação. A leitura do relatório deve ocorrer amanhã (12) em sessão ordinária da Casa. Posteriormente, a peça será publicada no Diário Oficial da Câmara veiculado na próxima quarta-feira (13).

Após a publicação, 48 horas depois, o parecer entrará na pauta de votações da Câmara, como primeiro item a ser discutido e votado. A previsão, até o momento, é que a discussão seja iniciada na próxima sexta-feira (15). A votação em si deve ocorrer no próximo domingo (17).

Para ser aprovado, serão necessários os votos de dois terços dos deputados, ou seja, 342, dos 513 parlamentares. Se aprovado, o parecer será encaminhado ao Senado, que analisará a admissibilidade do processo em sessão plenária. Se o relatório não obtiver os 342 votos na Câmara, a denúncia será arquivada.

ProcuraNo dia seguinte à aprovação do relatório favorável à abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial que analisou a admissibilidade do pedido durante 25 dias, parlamentares da oposição e do governo têm reuniões com o intuito de definir a estratégia para a votação no plenário e captar votos para cada lado.

Deputados que defendem o impedimento da presidenta mantêm na manhã de hoje (12) encontros informais e agora estão reunidos. Apesar de integrantes da oposição pedirem cautela, o número de votos para o afastamento de Dilma já chegaria a 360 "com os pés no chão", afirmam assessores da oposição, o que seria suficiente para dar continuidade ao processo e enviá-lo ao Senado.

Governistas evitam cravar um placar, mas apostam que a oposição não conseguirá o número de votos necessários pró-impeachment no plenário. Na comissão, onde foram computados 38 votos a favor e 27 contra o impeachment, o resultado dependia da maioria simples, já no plenário, são necessários dois terços dos votos dos 513 deputados, ou seja 342 votos. Para os governistas, se a oposição não conseguiu dois terços dos votos ontem (11) na comissão, também não vai conseguir no plenário.

Os líderes do PRB, SD, PSB, DEM, PPS e PMB declararam voto pelo impeachment, enquanto as lideranças do PT, PCdoB, PDT, PTN, PSOL e PEN firmaram posição contrária ao processo. Outros partidos, como o PR, passam por impasses internos. O líder do PR Maurício Quintella Lessa (AL) anunciou na segunda-feira (11) o afastamento da liderança por ter opinião contrária a do partido, que é contra o proces