Vida. Seu Moacyr Barbieri, o Coca, chega ao nonagésimo aniversário com muitos planos pela frente
Por Alexandre Melo
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Fotos: Arquivos Pessoal/No último dia 25, Moacyr soprou velinhas
Não fosse a pandemia, uma grande festa iria ocorrer para celebrar o nonagésimo aniversário de um dos mais visionários moradores do Barracão: Moacyr Barbieri, o Coca. Por iniciativa deste Cidadão Honorário de Gaspar, título concedido pela Câmara de Vereadores em 2013, filhos do Barracão, Bateias e Óleo Grande ganharam a oportunidade de empreender por novos caminhos. "Precisamos fazer do Barracão um polo de negócios, um corredor de produtos e serviços", dizia Moacyr há mais de 30 anos quando "o bom filho a casa retornou" para escrever mais um capítulo dessa bela história de empreendedorismo. Moacyr contribuiu para que a região se desenvolvesse. Dono de muitas terras, ele as dividiu em lotes e passou a vender a preços acessíveis e prazos estendidos para pessoas interessadas em instalar indústrias e comércios de bens e serviços.
Viúvo há 18 anos de Johana Brenk Barbieri, com quem teve seis filhos; Silvana, Vera, Brigitte, Márcia, Moacyr (já falecido) e Giovani (já falecido), Moacyr ainda divide seu tempo entre Gaspar e Criciúma - viaja dirigindo seu próprio carro, pois é no Sul do Estado que moram as filhas, genros, netos e bisnetos, com exceção da filha Brigitte, que é dona de uma cadeia de lojas nos Estados Unidos. Ela não veio para a reservada confraternização em família na quinta-feira (25), em Criciúma, mas enviou mensagem: "Em poucas palavras eu posso descrever meu pai como o meu ídolo, sendo uma das pessoas mais incríveis com quem convivo mesmo distante. No dia 13 de março de 1981, ele me deu o melhor conselho da minha vida: 'um passo de cada vez e vai com calma". Brigitte diz que foi com este conselho que se tornou uma pessoa feliz e realizada na vida pessoal e profissional. Filho do comerciante João Barbieri e Carolina. Moacyr nasceu em Brusque, mas só porque não havia maternidade em Gaspar. Ele conta que a sua primeira viagem da maternidade até o Barracão levou um dia numa carroça. A infância e adolescência foram no Barracão, mas aos 18 anos ele embarcou para o Rio de Janeiro (RJ), onde serviu na Aeronáutica. De volta ao Estado, ele se casou e iniciou uma peregrinação por municípios catarinenses: Brusque, Jaraguá do Sul, Içara e Criciúma, exercendo diferentes atividades, com a de empresário do ramo calçadista e supermercadista. e do arroz Porém, nunca deixou, de fato, o bairro onde nasceu.
"O pai é exemplo de fé e coragem diante de todos os percalços da vida. Ele exerce empatia antes mesmo disto estar tão em moda. Pai, avô e bisavô se fazem presente nos momentos mais importantes. Conversar com ele é relembrar das histórias mais significativas da minha vida. Eu diria que ele é um jovem sábio de 90 anos", elogia a filha Márcia.
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Com as filhas Silvana, Márcia e Vera...
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... e com Bigitte
Assim como seu pai havia sido o dono do único comércio que havia no Barracão, Moacyr foi e é um personagem importante do bairro. "Quando retornei ao Barracão, em 1983, o bairro estava estagnado, era só pasto. Eu via ônibus lotados deixar a localidade para levar os moradores para trabalharem em fábricas da cidade", recorda-se. Foi quando ele decidiu agir. Começou a vendar suas terras e, em pouco tempo, havia importantes e grandes empresas, como a atual Britagem Barracão, do setor de extração de minérios, e a Unifap, que produz e comercializa peças para automóveis. Tem ainda as fábricas de tubos, de balsas e de peças para barcos. Todas elas instaladas sobre terras que um dia foram da família Barbieri. Hoje, a maior alegria deste simpático nonagenário é ver a economia do Barracão, Bateias e Óleo Grande pujante.
Comunidade
Moacyr envolveu-se também com a comunidade. Foi ministro na Igreja Nossa Senhora do Rosário e ajudou a fundar a Associação de Moradores onde, como presidente, instalou o primeiro posto telefônico no bairro. Lutou, até conseguir, que a Rodovia Ivo Silveira fosse pavimentada. Foi também por obra sua a construção do Centro de Desenvolvimento Infantil (CDI) Tereza Beduschi. Moacyr doou uma área de 4 mil m². E, como a creche fica próxima, ele abre o portão da sua residência para receber os pequenos. Bem ao lado está aquela que foi um dia a casa onde ele e seus oito irmãos - Euridice, Nagib (já falecido), Lucy, Altair (falecido), Juaracy, Neide, Nievert e Dailton - foram criados. O imóvel tem mais de 80 anos e foi erguido para estocar farinha; mais tarde virou residência. Hoje, a função da casa é guardar as memórias da colonização do Barracão. Moacyr restaurou a construção e sonha transformá-la no Museu do Barracão. E para quem acha que 90 anos é idade de "pendurar as chuteiras", ele diz que ainda tem muito a fazer pelo Barracão; quem vai dizer se ele continua ou não é Deus. "Se ele me permitir, eu vou em frente", brinca. Alguém dúvida?
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