Darwin é discussão 200 anos depois

Criador da teoria da evolução das espécies pela seleção natural completaria 200 anos, enquanto sua principal obra completará 150 anos em novembro

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Criador da teoria da evolução das espécies pela seleção natural completaria 200 anos, enquanto sua principal obra completará 150 anos em novembro

Na quinta-feira,

dia 12 de fevereiro de 2009, o mundo inteiro comemorou os 200 anos de nascimento do homem que revolucionou a história da humanidade ao criar a teoria "Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida".

Diversos eventos, exposições e trabalhos aconterão pelos quatro cantos do mundo durante o ano em que se comemora, além do bicentenário do naturalista, os 150 anos da publicação de sua primeira obra.

Charles Darwin, naturalista britânico, com sua teoria publicada em 24 de novembro de 1859, explicou como foi a evolução dos seres. Numa época em que se pensava que cada espécie tinha sido criada independentemente e que as formas dos seres vivos eram imutáveis no tempo, Darwin defendeu que todos descendem de um antepassado comum e que são o resultado de milhões e milhões de anos de evolução. Na sua concepção, o homem e o macaco são parecidos porque são "primos". Com a publicação do seu livro A Origem das Espécies, Darwin colocou-se no centro de um debate que envolveu numerosos cientistas de todo o mundo, bem como diversos setores da sociedade inglesa. No fim do século XIX, a evolução era um fato finalmente aceito.

A grande contribuição científica de Darwin foi o de ter formulado uma teoria que explicava o mecanismo da evolução. Darwin sabia que não existiam dois indivíduos iguais na natureza (variabilidade). Também sabia que os recursos num dado ambiente são limitados e que, por causa disso, de todos os indivíduos que nascem, só alguns podem sobreviver. Darwin conclui que os indivíduos que possuem características que lhes garantam melhores hipóteses de sobrevivência tendem a passar estas características à próxima geração. Assim, ao longo de gerações e gerações, estas características hereditárias tenderão a ser naturalmente selecionadas, o que acabará por resultar na evolução da espécie (ou da população) por seleção Natural.

Fazendo uma análise dos dias atuais, segundo a bióloga e pesquisadora do Laboratório Floretsal da FURB em Gaspar, Lilian Beal, seguindo a teoria de Darwin, mudanças climáticas como as que estão acontecendo e as que ainda irão ocorrer, poderiam obrigar os seres a sofrer mutações para se adaptarem ao ambiente. "É muito cedo para dizer que a teoria dele se aplicaria totalmente às condições atuais e que os humanos e outros seres vivos seriam geneticamente modificados para sobreviver", comentou.

Troca de gentilezas

O também naturalista Fritz Müller, que veio morar em Blumenau em 1852, sete anos antes de Darwin pulicar seu livro, "Origem das Espécies" ficou conhecido mundialmente pela publicação "Für Darwin" (Fatos e argumentos a favor de Darwin - ano 1864). Em seu livro, Müller apresenta argumentos que avalizam a teoria evolucionista, através de um estudo empírico sobre crustáceos na Ilha de Santa Catarina. Foi o primeiro cientista a apresentar modelos matemáticos para elucidar a seleção natural e fornecer provas contundentes da mesma. Foi chamado por Darwin de "o príncipe dos observadores", sendo citado mais de dezessete vezes nas edições posteriores do "origin". Darwin enviou aproximadamente trinta e nove cartas a Fritz Müller. Fritz publicou na Europa mais de duzentos e quarenta e oito artigos científicos, levando a flora e fauna catarinense ao conhecimento dos europeus.

Darwin no Brasil

A visita ao Brasil foi a primeira oportunidade do naturalista conhecer uma floresta tropical. Foram duas passagens pelo país, nos trajetos de ida e de volta de sua viagem de cinco anos. Ao todo, permaneceu cinco meses e meio no país e aqui coletou plantas e insetos para estudos futuros.