O papelo do vereador é fiscalizar, mesmo que isso possa acarretar prejuízos. Essa é uma prerrogativa que lhes é dada pela lei. Todavia, muitas vezes o excesso de zelo ou de displiscência podem levar a impasses como esse do edital para contratação de empresa para a execução de diversas obras de infraestrutura no município. O vereador Cícero foi acusado de não querer obras em Gaspar. Um certo exagero, porém, também não dá para deixar passar o fato de que uma boa conversa poderia se resolver questões como essa.

A verdade é que existe não só em Gaspar, mas em todo o país um sentimento de rivalidade política que só cresce na medida em que os maiores governantes desta nação também alimentam essa divisão.

Evidente que a decisão do vereador em entrar com a representação junto ao Tribunal de Contas do Estado vai causar enormes prejuízos para a comunidade, que vai precisar aguardar meses ou talvez mais de um ano por uma obra que estava praticamente começando.

Há, ainda, um outro viés nesta questão que é o excesso de preciosismo da lei que regula a contratação de obras públicas neste país, uma consequência da má gestão do dinheiro público. Para evitar que os cofres públicos da nação continuassem a ser assaltados por quadrilhas de gestores, foi preciso criar uma série de regras para impedir a corrupção. Não cabe a nós dizer quem tem razão neste caso, mas o que se espera é uma solução rápida.