É preciso refletir sobre o que vem acontecendo no trânsito. Não são mais evidências, mas certeza de que as mortes estão cada vez mais frequentes, principalmente de motociclistas. Isso se deve pelo grande número de motos circulando. Em 2020, 12 mil pessoas morreram em acidentes de moto no Brasil. Já em 2019, o crescimento foi de 53% de mortes, segundo pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os números acendem o alerta para a necessidade da discussão da violência e mortalidade no trânsito, sobretudo para pessoas que pilotam veículos de duas rodas - modal que ultrapassou a quantidade de automóveis no país em 2022. No polo industrial de Manaus-AM, foram produzidas 1,4 milhão motos em 2022. A maioria não circula para lazer. As motos se tornaram instrumentos de trabalho de milhões de pessoas, a maioria jovens que circulam diariamente no leva e traz de mercadorias, os chamados motoboys. Eles são cobrados por agilidade e rapidez na entrega. Daí porque se arriscam mais nas estradas.
O custo maior é a perda de vidas, mas também existe um custo financeiro alto, com milhares de pessoas sequeladas ocupando as salas de clínicas de reabilitação por conta de acidentes de moto. Na região do Vale do Itajaí, por ser cortada por três importantes rodovias, os acidentes com motos se tornam frequentes. Urge que se faça uma campanha de conscientização na mídia sobre a relação das motocicletas com o trânsito, o respeito que os demais motoristas precisam ter com os condutores de motos e, por outro lado, uma orientação aos motociclistas para que tenham uma condução mais defensiva. Não podemos mais perder tantos jovens para o trânsito.