O Setembro Amarelo
Falar em suicídio é sempre um tabu. Um terreno argiloso até para nós, da imprensa. Muitas vezes, é preciso apurar, com cuidado, uma informação de morte porque pode ter sido ela consequência de um ato desesperado contra a própria vida. E quanto mais as dificuldades econômicas e as mazelas sociais se amplificam na sociedade mais cresce o número de suicídios, que ocorrem em praticamente todas as faixas etárias e sem discriminação de classe social. Dados apresentados pelos órgãos oficiais e entidades que tratam do tema, indicam que a cada dia 38 pessoas tiram a própria vida no Brasil. E simplesmente estarrecedor, porém, é um número que pode ser ainda maior, pois muitas vezes a família esconde essa condição de morte. O Setembro Amarelo, entre tantos “meses coloridos” que se tem hoje, é um dos mais importantes, pois abre, por um breve período, uma porta que poucas vezes se tem acesso para o debate. Uma ferida social de difícil alcance, pois o ato de se suicidar é algo muito intríseco ao convivívio famíliar, ou seja, é a própria família que vai perceber quando determinada pessoa apresenta potencial para o suicídio. Daí ficarmos atentos a tudo que se vai falar este mês sobre o tema, porque certamente nos outros meses não teremos tanto exposição do tema na mídia.