Bolsonaro e suas idiossincrasias
O presidente Jair Bolsonaro perde tempo e presta um desserviço à sociedade ao insistir em replicar e treplicar as críticas que recebe da mídia que ele chama de "esquerdista". De fato, seu primeiro discurso na ONU foi surpreendente, mas entende-se que assim queria se posicionar. Não pode o chefe da nação de uma das maiores economias do mundo, responsável por um PIB de quase 7 trilhões de reais/ano, se dar ao luxo de bater boca com a imprensa em coletivas improvisadas em portas de prédios e saídas de eventos, ou usar as redes sociais para acirrar ainda mais os ânimos. Se a opinião do presidente sobre fatos e pessoas contraria a própria história, não adianta a toda hora justificar ou querer fazer a imprensa entender que está certo por meio de ameaças e retaliações. Trata-se do caminho que o governo escolheu para conduzir a sua política interna e externa. Se Bolsonaro está certo ou errado vamos ter a real dimensão daqui a algum tempo. Por enquanto, o crédito está dado pelo povo brasileiro e pela maioria dos chefes de estado que ainda estão na fase da perplexidade com as posições adotadas pelo mandatário brasileiro. Na verdade, tudo é surpreendente na medida em que sempre fomos um país diplomático e, por vezes, excessivamente subserviente à política externa de nações mais poderosas, como o próprio Estados Unidos, hoje o principal "aliado" de Bolsonaro. Vamos acreditar que o presidente sabe o que está fazendo, até porque não está sozinho nessa cruzada que ele chama de resgate da soberania nacional.