A tensão pré-campanha
Caminhamos, sim, para uma interferência das Forças Armadas nas eleições deste ano, mas não como defende o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, para que os militares fiscalizem as urnas eletrônicas. A presença militar nestas eleições será para garantir a ordem pública e evitar episódios de violência como os já registrados desde que os principais atores da corrida ao Palácio do Planalto começaram a colocar seus nomes.
Há, sem dúvida, o temor que as eleições possam se transformar em confronto nas ruas, derramamento de sangue e mortes. Por isso, a intervenção militar já se faz necessária dentro de um planejamento estratégico preventivo muito além do que normalmente se faz numa eleição.
Cabe à justiça e as forças de segurança observarem e controlarem a maneira como os candidatos e seus aliados (os mais radicais) têm usado as redes sociais para tencionar ainda mais o processo eleitoral. Até mesmo artistas e os chamados "influencers" aproveitam-se da sua popularidade para jogar mais lenha na fogueira. E todos sabemos o quanto uma declaração ou posicionamento político de uma celebridade pode conduzir as atitudes da grande massa. Artistas, em cima de palcos, gritando o nome dos seus candidatos não é aconselhável. Afinal, no extremismo não existem atitudes amenas. E a violência, venha de onde vier, é inaceitável em todos os aspectos. Não podemos transformar as eleições num jogo de futebol. O que está jogo não é o resultado de campo, mas o futuro do País.