Por Wilson Pedroso Consultorleitoral e analista político
Dados consolidados pelo TSE, referentes a abril de 2024, mostram que o Brasil possui 33,7 milhões de eleitores com mais de 60 anos. Destes, 18,9 mil estão na faixa até 69 anos, outros 10,1 mil possuem entre 70 e 79 anos e, por fim, há mais 4,6 mil com idade superior a 79 anos. Juntos, eles somam exatamente 33.787.121 pessoas e representam 21,4% do total de 157.780.526 eleitores. Ou seja, os idosos representam um em cada cinco dos brasileiros aptos a votar. Mas nem sempre foi assim. Para se ter ideia, em 1994, os idosos representavam 11% dos eleitores do Brasil. Com o passar do tempo, esse percentual cresceu e, em 2014, as pessoas com 60 anos ou mais chegaram a 17% do eleitorado. Agora, em 2024, registramos um novo salto e estamos diante de um cenário que simplesmente não pode mais ser ignorado: os idosos possuem peso importante em nossa balança eleitoral.
Mas afinal, o que está por trás de um crescimento tão alto? Esse é um fenômeno que pode ser explicado de duas formas. O primeiro ponto a ser observado é que há um processo acelerado de envelhecimento da população no Brasil. O Censo de 2022 mostrou que as pessoas com 60 anos ou mais representavam 15,6% da população no Brasil, enquanto, em 2010, esse percentual era de 10,8%. O crescimento foi de 56% no período e a tendência é que essa curva se acentue ainda mais nos próximos anos. Há previsões de que em 2030 tenhamos mais brasileiros com idade superior a 60 anos do que crianças.
O segundo ponto, também muito importante para compreensão do crescimento dos eleitores idosos, é o fato de que a polarização política, radicalizada nos últimos anos, pode estar motivando as pessoas mais maduras a votar. A faixa etária acima de 60 anos é de uma geração que se interessa e se envolve com as discussões de cunho ideológico. Sscolher se vão às urnas, ou não. Em 2024, assim como nos anos que se seguirão, os candidatos aos cargos eletivos deverão estar atentos aos eleitores com mais de 60 anos. Essa é uma parcela da população que precisa de serviços especiais em áreas como saúde, assistência social, lazer e cultura. Mas será que a classe política conhece de forma aprofundada essas necessidades?
É fundamental que encontremos resposta para essa pequena provocação aqui colocada. Precisamos cuidar agora do futuro que se avizinha. O Brasil pode, em breve, se tornar um país de idosos e os dirigentes precisam construir políticas de estado que garantam qualidade de vida a todos.
Wilson Pedroso
Consultorleitoral e analista político
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