Começa a dragagem e limpeza dos rios da Bacia do Itajaí
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As máquinas iniciaram os trabalhos que devem se estender por seis meses (Fotos: FOTO SECOM/SC)
O objetivo é mitigar e prevenir futuras enchentes
A Defesa Civil e a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade do Estado iniciaram neste sábado, dia 11, as obras de desassoreamento da Bacia do Itajaí. A obra vai mitigar e prevenir as cheias. O investimento total do Governo do Estado é de R$16,2 milhões na dragagem dos rios e limpeza das margens. O trabalho abrange um trecho de 8,2 quilômetros, divididos entre os rios Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste e, após a junção deles, o próprio Rio Itajaí-Açu.
A emergência da obra prevê que o prazo para a execução seja de 180 dias, contados a partir da emissão da ordem de serviço, assinada pelo governador Jorginho Mello neste sábado, em Blumenau, e dentro do período de 365 dias da declaração de calamidade pública pelo município de Rio do Sul, em 17 de novembro de 2023 (Decreto n° 12431).
“A região do Vale do Itajaí sofre com inundações desde sempre, desde quando foi colonizada e de uns tempos para cá por conta de mudanças climáticas, uma série de fatores, vem aumentando a recorrência de desastre do tipo de inundação para toda região do Vale do Itajaí e aqui no Alto Vale em especial. Desde a década de 80 a JICA (Japanese Internacional Cooperation Agency), promove estudos para mitigação de inundações aqui e que a gente faz hoje, esse trecho urbano de desassoreamento, de melhoramento fluvial. É a primeira ação desse tipo, prevista nos estudos da JICA e que começa a ter um impacto direto e significativo na mitigação de inundação”, relatou o secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Fabiano de Souza.
Durante o evento, foram organizados atos de limpeza das margens do rio, que contou com a participação de crianças e adolescentes da comunidade local. Na parte da manhã, a mobilização para a limpeza teve início por volta das 10h30min, atrás do Centro de Inovação e do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (Unidavi). Também foram realizados atos da Celesc e da Casan na solenidade. No período da tarde, a ação começou por volta das 14h no Parque Municipal Harry Hobus, também em Rio do Sul.
Todos os participantes receberam da Defesa Civil os materiais para a limpeza das margens, incluindo luvas, sacos de lixo e repelente. A ação foi toda acompanhada também por profissionais do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), para garantir a segurança de todos participantes das ações de conscientização ambiental.
“É o início de uma grande jornada muito importante para nossa cidade e região. É louvável essa vontade do Governo do Estado de iniciar todo esse processo. É uma resposta para a sociedade que se mobilizou tantas vezes, é a gente ver efetivamente a proteção da nossa população, proteção da vida, proteção do seu patrimônio que se faz tão importante”, comemora o prefeito de Rio do Sul, José Thomé.
Desafios e Resiliência: eventos hidrológicos em Rio do Sul
Os eventos hidrológicos de enchentes são recorrentes em Rio do Sul, o que, consequentemente, apresenta um desafio constante para o governo de Santa Catarina como também para a população da região. A localidade é banhada por dois rios, o Rio Itajaí do Sul e o Rio Itajaí do Oeste que, juntos, formam o Rio Itajaí-Açu. De tempos em tempos, as fortes chuvas causam inúmeros prejuízos humanos e materiais, como perda de vidas, inundações de casas e estabelecimentos comerciais, alagamentos, danos a agricultura e pecuária e dentre outros.
A região de Rio do Sul, além do histórico de ocorrência de eventos hidrológicos, também é uma área suscetível à movimentação do solo devido às altas declividades e geologia do local. Conforme o Mapeamento de Áreas de Risco Geológico da SDC feito em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o município possui 19 áreas de risco mapeadas, sendo cinco áreas classificadas de risco muito alto e 14 com risco alto para rastejo, deslizamento, corrida de massa, erosão e queda.
Chuvas de outubro e novembro
Em 2023, os totais de chuva de outubro superaram os 400mm em grande parte de SC, ficando acima de 500mm em uma ampla área do Extremo Oeste ao Meio-Oeste, Alto Vale do Itajaí e Planalto Norte. Na maior parte de SC, observa-se que o total de chuva de outubro foi três vezes maior do que a média histórica do mês, que já é elevada nessa época do ano.
Novembro do ano passado não foi muito diferente. Dados coletados pelas estações meteorológicas da Epagri/Ciram indicaram recordes históricos de chuvas no mês para as cidades de Blumenau, Indaial, Joinville, Itajaí e Florianópolis. Em Joinville o acumulado de chuvas em novembro já chegou a 869,6 mm, índice que foi quase o dobro do antigo recorde na cidade em 2006. A média normal de chuvas nesse mês fica em torno de 150 mm.
Nesses dois meses de 2023, 75% dos municípios catarinenses foram afetados pelas chuvas: 221 cidades no total. Foram 17 cidades em calamidade pública e 204 decretaram situação de emergência. O Estado agiu rápido e lançou o programa Recupera SC. Foram 34 ações que injetaram na economia R$ 2,5 bilhões para acelerar a recuperação. Apenas para a recuperação emergencial das rodovias estaduais afetadas, o Governo de SC investiu R$ 123 milhões. Foram 158 mil pessoas beneficiadas diretamente por pelo menos uma das ações, como o Pronampe Emergencial.
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Equipe do Governo do Estado que iniciou o trabalho em Rio do Sul (FOTO SECOM/SC)
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