Destruição e preocupação em Ilhota
Ilhota registra casos de deslizamentos de terra, famílias deixam suas casa e município está em alerta
As chuvas que persistem em cair no Vale do Itajaí causaram novamente diversos problemas para os moradores de Ilhota. Muito atingido na tragédia de novembro de 2008, o município voltou a viver sob o medo dos deslizamentos que vitimaram 32 pessoas e atingiram centenas de moradores dos Baús no ano passado.
Segundo o diretor de Defesa Civil, Paulo Drum, até o fechamento desta edição, na noite de terça-feira, havia bastantes pontos de deslizamentos e cerca de 1.800 pessoas tinham sido afetadas, sendo que dessas, 122 precisaram ser deslocadas de suas residências.
Áreas estavam interditadas e alguns pontos da região dos Baús ficaram inacessíveis. Alguns pontos específicos preocupam a Defesa Civil, como o Alto Braço e Braço do Baú onde a água corria embaixo de uma pedra que ameaçava rolar e atingir árvores e postes da rede elétrica, conforme relatou Paulo Drum.
Equipes dos Bombeiros Voluntários estão de prontidão nas comunidades do Baú Central e Alto Baú para qualquer eventualidade, munidos de equipamentos de socorro e resgate.
Diante dos riscos, Paulo Drum pede que a população tenha cuidado ao transitar nessa região.
“Pedimos cautela às pessoas porque há risco de pedras rolarem ou cair barreiras, por isso é bom evitar passar nesses locais”, alertou Drum.
O município já recebeu apoio da Polícia Militar Ambiental, que está auxiliando as equipes na orientação e prevenção de incidentes mais graves.
Ilhados
A família de Tânia Aragão voltou a viver o medo de uma nova tragédia, mesmo assim não saiu de sua residência no Alto Braço. A ponte que dá acesso à casa (umas das doadas pelo tenista Gustavo Kuerten) foi destruída e a família está isolada na outra margem do ribeirão.
“Tenho medo de ficar aqui, mas não tenho para onde ir”, disse.
Monitor
Luiz Fernando Kuth foi um dos moradores do Baú que ficou monitorando a situação na região durante a chuva de segunda-feira (28). Ele está se formando no curso da Defesa Civil para auxiliar na prevenção e disse que as crianças moradoras da região estavam na escola e precisaram ser retiradas às pressas. Luiz afirma que houve momentos que sentiu medo.