Moradores estão há quase dois dias se revezando na operação do equipamento instalado às margens do Itajaí-Açu, em Gaspar

Uma motobomba foi novamente útil para reduzir os impactos das chuvas deste final de semana no bairro Bela Vista. Até 2015, o bairro era um dos mais castigados pelas enchentes. Foi aí que o morador Adelino trouxe a ideia de instalar uma bomba para retirar a água das ruas do bairro. O equipamento foi instalado próximo à margem do rio Itajaí-Açu.

Na época, o vereador Giovano Borges comprou a ideia. “Ele me provocou para comprarmos essa motobomba, até já existia outra no bairro, mas não funcionava. Fizemos então um mutirão entre os moradores para arrecadar o dinheiro”, recorda Borges. Em 2015, a bomba foi instalada e, por coincidência, naquele ano a região foi atingida por uma enchente, e a motobomba passou no teste. Borges conta que o equipamento foi montado em uma empresa de Blumenau, a partir de um motor de caminhão e de uma bomba. “Essa motobomba é adaptada para este local, se tirar ela daqui não funciona em outro lugar”, revela.

Borges explica que a motobomba é acionada toda vez que o rio sai da sua calha e começa a inundar as ruas do bairro por meio das tubulações. As comportas são então fechadas, quando isso acontece a água não entra mais na tubulação, mas também o que tá dentro não sai. A motobomba entra em ação para retirar essa água de dentro do bairro pela tubulação.

Borges diz que se não fosse essa operação, uma grande quantidade de água estaria acumulada agora nas ruas do bairro, principalmente as mais baixas, como Amazonas, Brasília, Paraíba entre outras. Ele calcula que desde que começou a operar, há quase dois dias, a motobomba já retirou mais de 10 milhões de litros de água de dentro do bairro. Ele, porém, admite que o equipamento não consegue drenar toda a água e algumas ruas seguem alagadas, mas é porque o bairro é cercado por um morro, de onde brotam muitas corredeiras em dias de chuva intensa. “São várias cachoeiras e tubulações que levam tudo para o mesmo lugar, a motobomba reduz esse volume de água”, observa o vereador. Ele calcula que sem a motobomba em operação, a lâmina d´água nas partes mais baixas do bairro poderia chegar facilmente a 1,5 metro e atingir mais de 300 casas. “Hoje, em torno de oito casas foram atingidas e com lâmina d´água bem menor”, revela Borges.

Alexsandro Burnier, também representante do bairro no Legislativo gasparense, está há quase uma semana participando da equipe que controla a motobomba. “Iniciamos pelo trabalho de manutenção para colocar a motobomba em funcionamento”, conta o vereador. Ele destaca a união da comunidade, que vem se revezando, há quase dois dias, para que a motobomba continua operando de forma ininterrupta. “Essas pessoas controlam o diesel de hora em hora, outras ajudam com a parte de alimentação da equipe”, diz Burnier. Ele admite que a motobomba não solucionou totalmente o problema, mas com certeza ajudou muito.

O vereador diz saber a importância da motobomba, pois mora na rua que mais “pega” água no bairro. “As enchentes nas décadas de 1990 e até 2011 colocava quase dois metros de água dentro das casas, hoje, na média, são 10cm de água”. Alex convocou a comunidade a se unir novamente para conseguir comprar mais uma motobomba. “A gente quer que não entre água em mais nenhuma casa do Bela Vista. Com a ajuda de todos, vamos conseguir ter essa segunda motobomba”, afirmou.

Voluntário da equipe que cuida da motobomba, Celso Filipe também garante que sem o equipamento os estragos seriam maiores no bairro. “Estamos aqui com um mecânico para qualquer problema, e nós colocamos óleo e controlamos a temperatura da motobomba”.


Tags

  • cheias
  • clima
  • Enchente
  • Gaspar
  • inundação
  • motobomba