Sessão legislativa é interrompida em cidade catarinense depois de servidor agredir homem com uma cinta
Fato ocorreu na última segunda-feira, dia 15, no município de Pedras Grandes, no Sul do Estado.
Com informações do Jornal Folha Regional
A sessão da Câmara de Pedras Grandes, município de pouco mais de 4 mil habitantes ao Sul de Santa Catarina, precisou ser interrompida na noite de segunda-feira, dia 15, depois que duas pessoas que estavam no plenário iniciaram uma briga. De acordo com informações do Jornal Folha Regional, o motivo seriam divergências políticas. Um servidor público da Prefeitura teria pego uma cinta e agredido o morador, identificado como Ricardo Sorato, que estava aguardando para se pronunciar na tribuna livre. Ele não reagiu, apenas se escapou entrando em uma sala. O fato chamou a atenção das pessoas que estavam ao redor e dos vereadores. O presidente da Casa, Dilcinei Claudino, interrompeu a sessão que estava sendo transmitida via canal YouTube. Foram cerca de 40 minutos de paralisação até que os ânimos fossem serenados. Na volta da sessão, Claudino, pediu desculpas aos ouvintes e telespectadores e afirmou que já, a partir da próxima sessão, será contratada uma segurança particular para a Casa de Leis. "Infelizmente vamos precisar contratar um segurança para a Câmara Municipal de Pedras Grandes, pois a administração pública não aceita certas críticas verdadeiras que estão sendo feitas dentro do município. Todas as críticas construtivas, nenhuma agredindo o Poder Executivo... E isso não está agradando certas pessoas..."
A agressão foi registrada por câmeras de celulares e divulgada nas redes sociais. A Polícia Militar foi chamada e o morador agredido registrou um boletim de ocorrência e passou por exames de corpo delito.
Segundo informações do Jornal Folha Regional, o homem agredido teria entrado em uma escola na localidade de Ribeirão da Areia há alguns dias, o que desagradou os moradores. O prefeito Agnaldo Filippi disse que recebeu reclamações da ação e registrou um boletim de ocorrência contra o morador. Segundo o prefeito, o morador, motivado por questões políticas, estaria entrando na escola para fazer fotos e vídeos e causando preocupação aos pais dos alunos.
“Fiz o boletim para informar o delegado para que tome algum tipo de providência, até porque se tivermos algum tipo de desequilíbrio por parte deste cidadão contra alguma criança ou servidor, não vou assumir isso sozinho. Espero que essas coisas cessem, pois não vamos aceitar que esse tipo de questão atrapalhe o desenvolvimento do nosso município. Me reuni com o advogado da prefeitura, e queremos fazer um boletim de ocorrência tratando dessa questão, não podemos prevaricar nesse momento”, comenta o prefeito.
Vítima de agressão entrará com ação judicial
O morador agredido afirmou que irá entrar com uma ação judicial contra o agressor e contra o prefeito por calúnia. Em entrevista à reportagem do Folha Regional, ele admitiu que há alguns dias passou pela escola, para verificar a estrutura que ainda não foi concluída. Um servidor, que passava pelo local, o viu na escola e teriam eles iniciado uma discussão.
Nesta segunda-feira, dia 15, o morador pediu para usar a tribuna livre da Câmara Municipal para se manifestar sobre a construção da creche, quando foi informado do registro do boletim de ocorrência feito pelo prefeito e divulgado nas redes sociais. Segundo Ricardo, ele aguardava o momento para se pronunciar quando foi surpreendido pelo agressor.
“De repente só senti uma coisa que bateu na minha cabeça e as pessoas começaram a gritar. Fiquei assustado, pois fui surpreendido com golpes na minhas costas sem saber o que era e então levantei e ele foi atrás de mim. A hora que fui pra trás do pilar e me protegi com a mão para entender o que estava acontecendo é que vi que era o servidor, porque até então eu nem sabia quem era. Fui agredido sem saber o motivo. Ele gritava: fala agora! Fala agora! Até agora não sei o que ele queria que eu falasse. Não ofendi ele, nem ninguém”, relata.
Ricardo ainda complementa: “registrei boletim de ocorrência e foi feito corpo delito e vou entrar com ações judiciais tanto contra o prefeito, que está me caluniando, dizendo que eu invadi a creche, sendo que eu pedi para entrar, e também vou entrar com uma ação judicial contra o servidor que me agrediu. Eles vão ter que responder na justiça. Em momento algum invadi a escola. Entrei com a permissão da diretora. Não estava fazendo nada de mais, apenas exercendo meu direito de cidadão fiscalizador”, afirma. O nome do agressor não foi revelado.