Cerimônia de inauguração ocorreu na manhã desta quinta-feira (24), na Praça Getúlio Vargas

TEXTO MODIFICAO ÀS 10H50MIN / 25/08
Amélia Wehmuth, o presidente da Câmara, Ciro Quintino, a vereadora Zilma e o vice-prefeito Marcelo Brick FOTO: RAQUEL BAUER/JM

O Memorial “Força Expedicionária Brasileira (FEB) - Filhos de Gaspar” foi inaugurado nesta quinta-feira, dia 24. A homenagem resgata a história, preserva a memória e reverencia a coragem, o patriotismo e o compromisso dos gasparenses que se sacrificaram na defesa da liberdade durante o maior conflito bélico já registrado na história da humanidade, onde morreram mais de 60 milhões de pessoas entre militares e civis. O memorial ficar na Praça Getúlio Vargas, no Centro da cidade.
A celebração contou com exposição de veículos do Exército, entrega de homenagem aos familiares, inauguração do memorial e apresentação da Banda do Exército do 23º Batalhão de Infantaria. “O memorial só ressalta a gratidão que temos a eles, que durante o período da guerra estiveram à disposição do Brasil e da população brasileira. O memorial é para manter viva a memória do que eles fizeram por todos nós”, enfatizou o vice-prefeito, Marcelo Brick, que representou o Executivo na solenidade.
A pesquisa para o memorial foi conduzida pelo casal Amélia Salete Schmitt Wehmuth e Aldir Wehmuth, o projeto de Lei é de autoria da vereadora Zilma Sansão Benevenutti (MDB) e o monumento é assinado pelo arquiteto e urbanista gasparense Felipe Testoni.
“Eu fiquei muito emocionada, pois quando eu estava fazendo a pesquisa, que durou dois anos e três meses, algumas vezes pensei em desistir, só que o amor por esse trabalho foi mais forte e eu segui em frente”, disse, emocionada, Amélia cujo sogro, Helmuth Wehmuth, o seu Bruda, foi um ex-pracinha. “Com certeza, de onde ele está hoje me incentivou, me impulsionou a ir em frente”, disse Amélia.

Ela explicou que na primeira lista haviam mais de 50 ex-pracinhas e soldados, mas depois adotou-se o critério de que a pessoa deveria ter nascido em Gaspar, por isso que a lista ficou em 39 gasparenses. “O que mais me alegrou em todo esse trabalho foi ter encontrado as 39 famílias, já que todos os ex-pracinhas morreram”, contou a pesquisadora.
Sonia Maria Bendini, filha de João Bendini, ex-pracinha, não escondia a emoção após a homenagem. Ela lamentou que o memorial tenha sido erguido somente agora, 78 anos depois do fim de guerra. “Infelizmente, eles não estão mais aqui para receber essa homenagem, mas meu pai foi um grande guerreiro e graças a Deus ele voltou da guerra para contar histórias". Uma dessas histórias, relembra Sônia, foi no dia em que um de seus colegas tombou em combate. No momento, João Bendini perdeu um rosário que havia ganho da mãe. “Ele contava pra nós que ficou muito triste com a morte do colega e a perda do rosário, mas três dias depois a guerra acabou e ele voltou para casa e pode contar pessoalmente para a mãe que havia acontecido e a perda do rosário”, relata a filha.
A vereadora Zilma ressaltou a importância do memorial no reforço da educação do município. Além de ser responsável pela Lei que permitiu a implantação do memorial, a vereadora também é autora da Lei que fixa o dia 8 de maio como o Dia da Vitória, em homenagem a esse marco histórico. O ex-pracinhas foram representados na solenidade por Arnoldo Lana, de Brusque, que atualmente tem 102 anos e está entre os três únicos catarinenses ainda vivos que participaram da Segunda Guerra Mundial.
Além do monumento, os familiares dos expedicionários ganharam uma revista com os seus nomes e o resultado da pesquisa, além de um certificado da FEB. 

Da lista de 39 soldados, 20 deles lutaram efetivamente em solo italiano, outros 19 eram soldados de prontidão, com a missão de guarnecer o litoral catarinense. No primeiro monumento estão os nomes de todos os ex-combatentes; no segundo os locais onde ocorreram as batalhas na Itália e, no terceiro, o nome dos 19 soldados de prontidão.