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Chegar aos 20 anos não é fácil, mas o Jornal Metas conseguiu. E com muitos desafios. Aliás, o próprio jornalismo e as empresas de comunicação passam por um período de profunda transformação e muitas dúvidas com relação ao futuro. Mas nada que possa nos impedir de pensar para frente, na busca de ideais e objetivos consistentes. 

Nossos olhos precisam estar no amanhã. E o amanhã nos diz que ainda existe espaço para um jornalismo diferente do tradicional, daquilo que vivenciamos na maior parte dos nossos 20 anos de existência.

Conquistamos, é verdade, o respeito dos nossos leitores, assinantes e anunciantes. Esse é o combustível que nos movimenta atrás sempre da melhor notícia. Essa retrospectiva é uma pequena amostra do foram os nossos 20 primeiros anos de jornalismo e que não pode ser dissociado dos 86 anos de Gaspar, completados também neste 18 de março. Afinal, a nossa história se mistura com a da cidade.

Vinte anos se passaram desde a primeira edição do Jornal Metas. E muita coisa aconteceu de lá pra cá. O mundo evoluiu de maneira espetacular, com a tecnologia impactando diretamente em nossas vidas. Estamos diante de um novo jornalismo colocado à prova neste momento em que o mundo luta contra a pandemia de Coronavírus. Esse especial foi preparado antes da crise, e impresso em meio ao pânico das notícias que chegam de todos os cantos do Brasil e do planeta. Dos milhares de óbitos, dos doentes e daqueles que ainda serão atingidos pelo Covid-19. E por diversas vezes, pensamos em recuar, deixar para depois, mas a decisão mais acertada foi levar aos nossos leitores notícias boas, neste momento em que todos se encontram em quarentena.

Passado esse momento, será preciso repensar o mundo, o planeta, as relações, a economia e todos os sinais do presente.

E mesmo antes dessa pandemia, o Jornal Metas já vinha procurando se adaptar aos novos tempos, com investimentos em novas mídias. "O desafio é grande, mas queremos estar fortes para percorrermos outros 20 anos. Para isso, precisamos acompanhar as tendências da comunicação hoje no mundo", afirma o diretor do Jornal Metas, José Roberto Deschamps, capitão da nossa nau.

Desafios nunca foram dificuldades para nós, porque os transformamos em oportunidades. Foi assim que, em 2002, quando poucos acreditavam no jornalismo online, o JM foi o primeiro a ter um veículo de comunicação digital em Gaspar. Hoje, diante da pandemia de Covid-19, percebe-se a importância das novas mídias e do jornalismo digital.

Porém, o mundo mudou e evoluiu. Mudamos de um cenário onde as empresas de comunicação eram exclusivamente as divulgadoras de informação em três canais básicos: jornal, rádio e televisão. Era assim que a notícia chegava ao público no início do século XXI. Outras plataformas de comunicação surgiram, ao mesmo tempo em que a informalidade passou a ser um perigoso canal de comunicação. E as fake news estão aí como prova de que a globalização da informação nem sempre nos é benéfica.

Mas, há males que vem para o bem. A mudança para a mídia digital multiplicou as fontes de informação acessadas pelas pessoas, mesmo que bolhas de filtro funcionem como câmaras de eco de notícias e pensamentos. "O jornalismo está perdendo a atenção das pessoas e, em alguns países, a confiança do público. Isto porque qualquer notícia, principalmente vinda de uma pessoa a quem se confia, que pode ser um amigo ou um familiar, acaba virando verdade única, inclusive se contrapondo ao que é publicado na imprensa", afirma o jornalista Alexandre Melo, com mais de 30 anos de profissão e coordenador de Redação do Jornal Metas. Para ele, essa desconfiança do público em relação à imprensa, que se agravou nos últimos tempos, terá reflexos ainda maiores na audiência e frequência de acessos diários às notícias publicadas pelos veículos de comunicação sejam eles digitais ou não. "Mais do que nos prepararmos para as novas ferramentas digitais, precisamos nos preparar para uma mudança radical na maneira de se propagar a informação", acrescenta o jornalista.

Portanto, os veículos de comunicação, sejam eles impressos ou digitais vão precisar buscar ainda mais alternativas para resgatar a confiança dos seus leitores, ouvintes e telespectadores. "A mídia está vulnerável neste momento", acrescenta Melo.

Os pesquisadores indicam, contudo, que apesar de demandar atenção e adaptações, o setor de comunicação ainda tem perspectivas abertas por vários motivos.

"A mídia digital traz muitos desafios para o jornalismo e nossas sociedades, mas também oportunidades muito reais tanto para a mídia quanto para o público. O desafio para jornalistas e mídias de notícias é continuar a se adaptar à mídia digital e construir uma profissão e um negócio", afirma Rasmus Kleis Nielsen, diretor do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo.

Vitor Conceição, sócio-proprietário do Canal Meio, uma newsletter distribuída gratuitamente, diz que é preciso pensar constantemente sobre o modelo de negócios. Ele acredita que existe espaço para publicidade financiar o jornalismo. "É preciso pensar um modelo de publicidade que seja focado na construção de marca e que gere um benefício tangível não só para o anunciante, mas também para os leitores". Outro ponto importante, destacado por ele, é o entendimento do produto que estava sendo vendido. "A maioria das grandes empresas de comunicação achavam que estavam vendendo conteúdo, mas a verdade era outra, elas vendiam comodidade". Ele explica ainda que no jornal, você recebia todo dia de manhã um resumo daquilo que você precisava saber naquele dia. Na TV, no telejornal da noite, era a mesma coisa. "Hoje, as notícias são em tempo real e você fica perdido com tanto conteúdo. Não existe essa comodidade mais", afirma o especialista.

Por isso, a sobrevivência dos veículos de comunicação em todo o mundo depende da maneira como a informação será tratada, pois isso será fundamental para impactar na área da publicidade, fonte de renda da maiorias do veículos. Além de reaprendermos a dar a notícias, vamos precisar reaprender a vender espaços publicitários fora do padrão do impresso. É uma questão de escolha, quem optar pelo caminho certo fica, que não se adaptar tende a desaparecer e virar história. Nós, do Metas, já temos a nossa história de 20 anos, mas ela só terá valido a pena se continuarmos a contribuir com outros 20, 30... 50... 100 anos de história.Abaixo,você tem links para acessar uma retrospectiva das principais notícias, por editoria, publicadas no Jornal Metas nos últimos 20 anos.

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