Gaspar vai homenagear o protetor dos motoristas

Tradicional festa religiosa dos católicos começa nesta sexta-feira (28)

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A comunidade do Gaspar Grande, em Gaspar, se prepara para a tradicional Festa de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, que começa nesta sexta-feira, dia 28 de julho. Os festejos seguem até domingo, dia 30, com atrações para toda a família e, claro, a tradicional procissão dos caminhoneiros. Na sexta-feira, 28, a celebração da Santa Missão será às 19h, com o Padre João Bachmann. Após, haverá completo serviço de bar e cozinha, além de roda da fortuna.

No sábado, dia 29, os festejos começam pela manhã. Das 11h às 14h, a comunidade poderá se deliciar com o tradicional churrasco de igreja com acompanhamentos. Já a Santa Missa está marcada para às 19h e, logo depois, será servido completo serviço de bar e cozinha, com roda da fortuna. Já a animação do baile fica por conta da banda Movimentus, que inicia o show às 22h. A entrada é gratuita.

No domingo, dia 30, o momento mais esperado pela comunidade e pelos motorista: a tradicional Procissão dos Caminhoneiros. Este ano, quem leva o Santo é a transportadora Capim Branco, de Ilhota. A saída dos motoristas está marcada para às 7h15, com saída da Avenida Francisco Mastella, próximo ao trevo do Corpo de Bombeiros de Gaspar. Porém, vale destacar que a concentração dos motoristas começa já na madrugada, quando os caminhões começam a encostar às margens da rodovia para pegar um bom lugar próximo ao Santo Padroeiro.

Após procissão, toda a comunidade está convidada para a celebração da missa dos festeiros, que começa às 9h45. A festa continua com o delicioso churrasco e espeto de carne, completo serviço de bar e cozinha, roda da fortuna, sacola surpresa, entre outras atrações. A tarde dançante terá início às 17h, com o Wilceu Pause & Mary Pause. A entrada é gratuita.

Vitor Santiago está dando de presente este momento ao pai como uma homenagem pelos muitos anos na boleia

Capim Branco será a condutora da imagem do santo

Vitor Zimmermann, 72 anos, será o motorista do caminhão que vai conduzir a imagem de São Cristóvão no momento mais aguardado da festa: a procissão motorizada, que acontece na manhã de domingo (30). Dezenas de veículos vão percorrer o trajeto entre a Avenida Deputado Francisco Mastella, no bairro Sete de Setembro, e a Igreja São Cristóvão, no Gaspar Grande.

Seu Vitor, caminhoneiro desde o começo da década de 1970, ganhou esse presente do filho, Vitor Santiago Zimmermann, proprietário da Capim Branco, empresa de transporte da área têxtil, que existe desde 2014 em Ilhota, mas a participação da família na festa vem desde a primeira edição, em 1984. Vitor, o filho, recorda que ainda criança participava da procissão na boleia do caminhão do pai. “A nossa família sempre teve a profissão de caminhoneiro ´na veia´ e hoje estamos realizando o sonho de conduzir a imagem do santo”, afirma.

Mesmo sem caminhão, Vitor conta que sempre foi um assíduo frequentador do evento religioso. “Depois eu consegui levar um caminhão em 2014, e a partir daí todo o ano me programo para levar meus caminhões, faço até escala de motoristas para poder estar presente”, admite.

Para o empresário, o importante é que a homenagem ao pai aconteça em vida. “É a cereja do bolo que faltava”, acrescenta.

Neste domingo, Vitor também pretende prestar homenagem a antigos caminhoneiros, que trabalharam na época do seu pai e desbravaram as esburacadas e empoeiradas estradas do país. “Essa história começou lá atrás, quando a BR-101 era estrada de barro. Eles são os verdadeiros desbravadores dessa profissão”.

Vitor faz questão de agradecer a todos os organizadores da festa, que proporcionaram a ele e sua família este momento e também à esposa Carolina Regina Zimmerman, aos seus filhos e a mãe Irene Zimmermann.

A empresa

A Capim Branco nasceu em 2006 no ramo de embalagens. Vitor, formado em automação industrial, teve um grave acidente em 2002 na empresa que trabalhava. Por causa do acidente, ele não pode mais trabalhar na função e como a mãe, Irene, tinha facção em casa, ele passou a trabalhar no ramo. Em 2006, ele começou a embalar peças de roupas em uma área nos fundos da casa da mãe. “Foi assim que surgiu a Capim Branco, de forma bem artesanal”. Dona Irene parou de costurar e passou a trabalhar com o filho. “Ela é minha parceira até hoje”, diz Vitor. O nome Capim Branco é porque Vitor ter nasceu e foi criado no Baú Baixo, em Ilhota. “Antigamente havia a balsa, que era o acesso das duas vias e ali tem a estrada que vai para o Barranco Alto; a minha vó nasceu ali e sempre dizia que antes de Ilhota virar município aquele bairro ali se chamava Capim Branco. Eu fiquei com isso na cabeça: o dia que montar uma empresa vai se chamar Capim Branco, para homenagear a minha vó e o nome bairro da época”, enfatiza o empresário.

De 2006 a 2008, a Capim Branco atuou no ramo de embalagens. O negócio prosperou e o espaço de 200m² virou um enorme galpão de mais de 2 mil m². Foi quando, Vitor decidiu abrir a facção. “Tinha mais de 40 costureiras.

Só que o ramo de transporte sempre foi o seu preferido. “Nas minhas férias de escola eu sempre tentava passar direto para poder viajar um mês com o pai, que dava um tchau para nós e só voltava 30, 40 dias depois. Hoje tem a facilidade do telefone celular, ligação de vídeo, mandar mensagem, antigamente não tinha nada disso. A gente marcava um ponto, para todo sábado meu pai ligar para nós às 2h da tarde no único telefone público do Baú Baixo. Essa era a nossa comunicação semanal com o meu pai”, relembra Vitor, que admite que foram tempos difíceis e marcantes para a família. Por isso, ele sempre foi apaixonado pela profissão de caminhoneiro. “Como eu embalava uma grande quantidade de mercadoria e dependia de transportadora eu pensei: - vou comprar um caminhão”.

Vitor comprou o primeiro caminhão em 2014, além de uma van. O objetivo era atender lojas de Campo Grande-MS. A partir daí a Capim Branco Transportes deslanchou, mas como nem tudo são flores as perdas com acidentes era muitas. “Cheguei a perder seis caminhões num ano, além dos assaltos”, revela. Hoje, a Capim Branco mantém uma frota de mais de 30 veículos e atende São Paulo-SP, Passo Fundo-RS e a região do Vale do Itajaí. A empresa é 100% voltada para transporte de produtos têxteis.

Na oficina da família Zimmermann, uma carcaça de caminhão era tudo o que se podia ver do veículo que irá conduzir a imagem do santo, mas Vitor garante: “até sexta-feira vai estar tudo pronto”. E não duvidem da capacidade desde jovem empreendedor.

Profissão passada de pai para filho