Napoleão Bernardes se lança pré-candidato à sucessão estadual
Ex-prefeito de Blumenau deve disputar as prévias do partido contra Colombo e João Rodrigues
style="width: 100%;" data-filename="retriever">
Ex-prefeito de Blumenau esteve no Jornal Metas onde falou sobre sucessão estadual e o atual Governo Moisés / FOTO BÁRBARA ANJOS
O ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, abriu a fase de pré-candidaturas ao Governo do Estado de Santa Catarina no Vale do Itajaí. A eleição acontece daqui a um ano e quatro meses, mas já no começo de 2022 o partido vai definir o nome de consenso. Nascido e criado no PSDB, Bernardes se filiou ao PSD em 2019 e desde então tem se destacado como uma das principais lideranças em Santa Catarina. Por isso, seu nome foi confirmado como pré-candidato na reunião do partido, no final do mês de junho, que definiu ainda outros dois pré-candidatos: o ex-governador Raimundo Colombo e o atual prefeito de Chapecó João Rodrigues, ambos fundadores do PSD.
Em visita ao Jornal Metas, na manhã desta segunda-feira (5), acompanhado do vice-prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, e do vereador Giovano Borges, Bernardes afirmou que o Vale do Itajaí está oficialmente entrando no jogo sucessório ao governo de Santa Catarina, porém, deixou claro que não se trata de uma disputa interna, mas da busca de uma unidade para um projeto coletivo.
Segundo Bernardes, a decisão do partido passa por duas avaliações. "A primeira será quantitativa, o PSD vai realizar pesquisa de intenção de votos dos três pré-candidatos; a outra é qualitativa, quando o diretório estadual vai ouvir qual o sentimento dos filiados em relação aos três nomes indicados".
A definição do futuro candidato do PSD também passa pela sucessão presidencial, com a possibilidade de dois cenários: o presidente Jair Bolsonaro chegar fortalecido para a disputa ou então enfraquecido. Na hipótese de Bolsonaro manter a expectativa em torno de uma reeleição, João Rodrigues aparece com mais chances, embora Bolsonaro não esconda sua simpatia por outras lideranças estaduais que hoje integram a base governista no Congresso Nacional. Já o ex-governador Colombo se encaixa no perfil de eleitor que nutre o sentimento de saudosismo, que acha que o atual governo do estado vem fazendo menos que o seu antecessor e tem a simpatia pela volta de Colombo ao Executivo Estadual. Bernardes se encaixa no meio-termo, pois se considera o pré-candidato da renovação, porém, com a experiência de ter governado, por um mandato e meio, uma das maiores cidades do Estado. Ele chama atenção que se o Vale do Itajaí "abraçar a causa", independentemente das questões partidárias, suas chances de ser o escolhido aumentam. "O Oeste quer o João Rodrigues, a Serra quer a volta do Colombo e se o Vale continuar tanto faz como tanto fez vamos simplesmente aplaudir a escolha do João Rodrigues ou do Raimundo Colombo", alertou. O ex-prefeito admitiu que caso não seja o escolhido na prévias do partido poderá disputar novamente o senado. "Essa não é a ideia, mas uma possibilidade", acrescentou. Bernardes entende que os três nomes tem condições de compor a chapa majoritária: governador, vice-governador e senador. Aliás, ele vê o PSD como o único partido em Santa Catarina em condições de lançar chapa pura, mesmo que essa não seja a intenção. Ele disse que o partido não tem vetos a coligações, mas que por questões de ideologia não formaria chapa com a esquerda.
Bernardes fez uma rápida análise do Governo Moisés, lamentando que o Estado tenha ficado dois anos estacionado. Este, segundo Bernardes, é o motivo pelo qual o governo tem dinheiro em caixa. O ex-prefeito revelou que nem os 25% na educação, obrigação constitucional, o governo do estado está conseguindo investir. "Qual governo dá um aumento retroativo como fez com os professores? Quando faz isto é porque não tem projeto, não tem onde gastar", disparou o ex-prefeito.
Ele disse que o desafio do próximo governador será na área da infraestrutura, carência que tem observado em suas andanças pelo Estado. "É um desafio para ontem", destacou. O ex-prefeito elogiou a iniciativa do governo do estado de colocar dinheiro na obra de duplicação da BR-470, porém, alertou que as rodovias estaduais estão um verdadeiro caos. "É como ter uma goteira em casa e tapar o telhado do vizinho", comparou. Bernardes reiterou não ser encontra a iniciativa do Estado, mas que isto somente aconteceu porque o governo não tem projetos na área da infraestrutura. "Estamos colocando R$ 200 milhões em uma obra federal, mas que poderiam ser recursos para as nossas SCs", insistiu. Ele criticou ainda a falta de habilidade política do governador Moisés que acabou gerando prejuízo econômico para santa Catarina, citando o fato que o Estado do Paraná tem R$ 1 bilhão de dinheiro federal para obras de infraestrutura, enquanto Santa Catarina precisou colocar o dinheiro dos catarinenses na duplicação da BR-470. "O Governo do Paraná não fechou as portas com a União, como fez o governador Moisés", apontou. Bernardes, porém, se diz um otimista e já vê evolução na postura do governador Moisés. "Se tivesse adotado este ritmo desde o início seria diferente", avaliou.
O ex-prefeito de Blumenau pretende percorrer os municípios catarinenses apresentando a sua proposta de trabalho e, ao mesmo tempo, concluir sua tese de doutorado que é sobre as mudanças na governança em novos tempos e as vocações regionais, estudo que, de acordo com ele, servirá de base para o seu futuro Plano de Governo. "Vamos definir uma carta de princípios e valores até final do ano; depois o nome do pré-candidato e, finalmente, partir para as coligações", explicou.
O vice-prefeito Marcelo Brick destacou o fato do PSD ter hoje três bons nomes para a disputa ao governo do estado. "Qual partido em Santa Catarina tem três pré-candidatos com o perfil de Raimundo Colombo, João Rodrigues e Napoleão Bernardes