Segundo professor auxilia alunos com algum tipo de deficiência
A professora Tainara com o aluno Mateus Tadim - FOTO: Alexandre Melo/Jornal Metas
Permitir a convivência e integração escolar dos alunos com algum tipo de deficiência, auxiliando no desenvolvimento de ferramentas para o aprendizado destes estudantes. Este é o objetivo da educação especial, que na Escola Honório Miranda recebe, a cada ano, uma atenção maior. Hoje, são nove professores que atuam em sala de aula como segundo professor - mais do que o dobro de funcionários que havia no ano passado. A esta equipe junta-se mais um professor especial, que atua exclusivamente no Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Conforme explica a intérprete e segunda professora, Dulce de Paula, o segundo professor acompanha o aluno diariamente em sala de aula. "O objetivo é incluir estes estudantes e fazer com que eles possam aprender o mesmo conteúdo que seus colegas de classe. Entretanto, o estudo das disciplinas é feito de uma forma adaptada, levando em consideração cada situação do aluno", afirma. Ela explica que para assumir a função de segundo professor, é necessário que o profissional tenha formação em Educação Especial ou cursos na área. "A maioria dos professores das disciplinas não são capacitados para receber estes alunos. É aí que entra o segundo professor, para fazer uma ponte entre eles. É preciso entender que o método não pode ser o mesmo, então o que fazer? como fazer?".
Geralmente, os alunos acompanhados pelo segundo professor apresentam um laudo apontando a necessidade. Mas, na Escola Honório Miranda, mesmo se um estudante não tiver o documento mas demonstrar necessidade ele recebe o atendimento. "A escola abraça esta causa e recebemos bastante apoio da direção, que tem uma preocupação em relação a estes alunos. No fim do ano, é feito um levantamento dos estudantes que serão recebidos na escola no próximo ano e se há necessidade de alguma adaptação. Neste ano, por exemplo, foram feitas mudanças físicas na estrutura para poder atender uma aluna cadeirante", lembra Dulce.
Atualmente são mais de 20 estudantes que contam com o auxílio do segundo professor na Honório Miranda. Alunos como o autista Marcos Antônio Rodrigues, de 18 anos, que afirma gostar da escola e dos colegas de classe. "Aqui é o lugar onde eu tenho mais amigos. Aqui eu me sinto igual aos outros", disse. Mateus Henrique Tadim, 17 anos, portador da Síndrome de Down, também elogia os colegas. "Eu gosto de vir para a escola pois a professora me ajuda e todos da minha turma conversam comigo".
Há sete anos, sendo três deles na escola Honório Miranda, Tainara Hang dedica-se à função de segunda professora. Ela afirma que este suporte é a diferença entre a regressão ou evolução do aluno. "É muito gratificante ver eles interagindo com os colegas de classe, apresentando um trabalho, participando das dinâmicas", afirma. A segundo professora Alessandra Brocker, que também leciona na Honório há três anos, afirma que os alunos especiais ensinam muito aos professores. "Acima de tudo, é preciso ter muito amor à profissão. Aprendemos muito com estes alunos, principalmente sobre valores", emociona-se.
Atendimento Especializado
Se na sala de aula o aluno tem o auxílio do segundo professor, fora dela o acompanhamento fica por conta de um profissional destinado ao Atendimento Educacional Especializado (AEE). Ou seja, no contraturno escolar, o aluno com necessidades especiais participa de atividades desenvolvidas com o objetivo de eliminar barreiras. "São utilizados jogos, online ou físicos, e dinâmicas que estimulam o raciocínio lógico e autonomia destes estudantes. Primeiro, é identificada a dificuldade para, depois, encontrar os recursos para auxiliar os alunos a ultrapassar esta barreira", explica a professora do AEE na Honório Miranda, Ana Paula Maneri
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