Entre os eventos mais tradicionais, Gaspar deixou de realizar por dois anos as festividades de aniversário da cidade e a ExpoGaspar. Além do Natal no ano passado.

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Eventos e turismo

Se a economia não sentiu tanto os reflexos da pandemia infelizmente não é possível dizer o mesmo dos setores ligados a turismo e eventos. Um exemplo são os parques aquáticos da cidade, que em 2020 deixaram de arrecadar cerca de 65%, se comparado com a temporada de 2019. O coordenador do Núcleo de Parques Aquáticos da Acig, Willian Stein, espera que para este ano, o faturamento seja semelhante ao ano pré-pandêmico.

Entre os seus eventos mais tradicionais, Gaspar deixou de realizar por dois anos as festividades de aniversário da cidade (em março) e a ExpoGaspar (em julho). Além do Natal em Gaspar no ano passado. "Vivemos ainda num cenário de incertezas. Desde o início da pandemia, em 2020, teríamos vários eventos para acontecer, porém, foram sendo inviabilizados conforme a gente viu que a pandemia foi continuando e aumentando em relação aos números", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo, Pabro Fachini.

A forma que o setor encontrou para contribuir para a retomada de Gaspar foi a criação e participação de pequeno eventos como o 1º Festival da Cuca e o 1º Festival da Pizza, que têm como objetivo trazer mais visibilidade e movimentar o setor gastronômico. "São ações pontuais que a gente identificou e que cumpriam todos os requisitos em relação a pandemia. Tivemos um retorno muito bom dessas ações e, com isso, a gente também consegue fazer com que a comunidade conheça os empreendimentos de outros bairros, a gente consegue dar visibilidade pra esses empreendedores".

Além disso, o município deu andamento ao Plano Municipal de Turismo. "Ele está sendo desenvolvido e vai ser entregue até o próximo semestre", garante Fachini. "Tivemos também uma ação no Floripa Airport, juntamente com o Sempre Vale Europeu. Estivemos lá por um período de 30 dias divulgando todo o trade turístico, tudo que a gente tem aqui de belezas naturais, de opções para o turismo, para realmente a gente se preparar pra esse momento de retomada".

Outra ação importante, num momento que empresário estavam lidando com muitas mudanças na forma de consumo dos seus produtos, foi um curso de mídias sociais, gratuito, fornecido em parceria com o Senac para proprietários de empreendimentos turísticos. "Foi um período de nos redescobrirmos. Muitos acabaram buscando alternativas dentro das opções turísticas e agora a gente acredita que, com a evolução da vacinação e a flexibilização das medidas teremos um cenário muito positivo pra 2022. Foi um período de todo mundo se organizar e estar pronto para essa retomada".

No setor do turismo, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo, Pablo Fachini, destaca uma situação que ele percebeu: a questão do pertencimento. "O que a gente percebe nesse cenário de pandemia é que as pessoas começaram a buscar algo mais próximo. Foi nesse momento de pandemia, que as pessoas viram que não poderiam mais viajar, que o pessoal começou a pesquisar e buscar mais opções por aqui e a gente tem muita coisa legal aqui na cidade, aqui no Vale Europeu", ressalta o secretário.

Este ano, Gaspar voltou com a programação de Natal. Até o dia 24 de dezembro, os gasparenses poderão se divertir e se emocionar com as diversas ações que o município preparou pensando nos cuidados e segurança de todos. "O Natal está sendo o primeiro evento que a gente está retomando e evidente que nós esperamos e imaginamos que ano que vem a gente possa retomar a normalidade", afirma o prefeito de Gaspar, Kleber Wan-Dall, que espera em 2022 poder promover outros dois grandes eventos da cidade: o Festival da Cerveja e a ExpoGaspar.

Desafios na educação

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Divulgação/ Prefeitura de Gaspar /

Assim como em todo o país e até mesmo o mundo, do dia para a noite milhares de estudantes não puderam mais frequentar as salas de aula por causa do risco de infecção com a Covid-19. Em Gaspar, mais de oito mil crianças tiveram suas atividades paralisadas de acordo com o Secretário de Educação, Emerson Antunes. "A área da educação provavelmente foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia por ser dos serviços públicos que atende a maior 'clientela'. Nós atendemos oito mil crianças durante 200 dias por ano e, de uma hora pra outra, a pandemia foi lá e fechou as escolas".

Porém, em fevereiro de 2021 as crianças já estavam de volta à sala de aula e, naquele momento, seguindo distanciamento de 1,5m entre as carteiras, o que permitia um número reduzido de alunos em sala e mantinha uma parte das crianças em aula remota. Essa fase fez com que o município tivesse que se adequar tecnologicamente e este foi o grande diferencial da Educação do município na retomada do setor. "Naquele momento, o município comprou um notebook e entregou pra cada professor. Os alunos já estavam habituados a trabalhar com plataforma por causa do ano de ensino remoto, então, eles passaram a ter um sistema misto funcionando", destaca o secretário. Apenas na aquisição de 775 unidades do chromebooks foram mais de R$ 2 milhões em investimentos.

O secretário afirma que, por conta da pandemia, Gaspar absolveu muita tecnologia. "A presença da tecnologia na educação do município foi acelerada em uma década pela presença da pandemia". Um exemplo disso é a parceria entre a secretaria de Educação e o Google. Gaspar foi a segunda cidade do Brasil a disponibilizar para todos os professores a oportunidade de receber todos os níveis de certificação Google For Education, após a capacitação. Além disso, 50 estudantes foram escolhidos e treinados para serem tutores Google, também recebendo treinamento e certificação internacional.

Como um segundo desafio, Antunes destaca a vacinação. "Nós ficamos até metade do ano sem vacinação. Tínhamos todo um trabalho de convencimento dos profissionais da educação de estarem contribuindo em sala de aula". O secretário também destaca que Gaspar foi um dos primeiros municípios a tornar obrigatória a vacinação dos professores. "Queria estar em sala de aula tinha que apresentar o comprovante de vacinação. Nós tivemos casos de professores que foram desligados da rede por não aceitarem se vacinar. Nós não tínhamos hoje esse ar de 'normalidade' que se pode ter mesmo em uma epidemia global, que a gente continua atravessando, sem a vacinação. Não dá de negar a importância da vacinação pra sociedade e, sobretudo, para o processo da educação".

Porém, talvez a grande contribuição do setor da Educação para a retomada da cidade seja o "educar para viver em uma pandemia", como explica o secretário de Educação. "As crianças aprenderam isso. Elas levam pra casa essa informação. Tudo aquilo que se vive no universo da educação acaba contribuindo e moldando a própria sociedade".