Para se manter, depois de um grave acidente de trânsito, Gilmar vende pipocas na sinaleira da Av. das Comunidades

Quem passa pela Avenida das Comunidades, na sinaleira de acesso á Rua São Pedro (Leopardo Máquinas), com certeza já viu o homem vendendo pipoca e balas. Ele se chama Gilmar Bertoldi, tem 46 anos, e sua vida mudou em abril de 2019, depois de um grave acidente de trânsito em Ilhota.
Na época, o morador do bairro Margem Esquerda trabalhava com serviços gerais em Itajaí. No dia 10 de abril, quando estava indo para o trabalho, por volta de 4h da madrugada, seu carro foi atingido por um caminhão carregado com tijolos. Gilmar ficou preso às ferragens, foi levado ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, com várias fraturas e escoriações pelo corpo. “Eu tinha um Peugeot, com a colisão do caminhão, que invadiu a pista e bateu em mim, destruiu meu carro todo, eu fiquei praticamente duas horas preso nas ferragens. Fui socorrido por um bombeiro voluntário que morava próximo ao local do acidente”, relembra Gilmar.
Neste dia, ele iniciou uma batalha pela vida. No acidente, ele quebrou a perna em quatro regiões diferentes. Passou por uma cirurgia de nove horas e ficou mais de um mês internado no hospital. “Depois retornei para a fazer a recuperação, o médico me disse que eu podia ficar em cadeira de rodas, mas com a ajuda e a graça de Deus, batalhei e voltei a andar”, afirma. Depois de voltar a andar, Gilmar caiu e machucou novamente a perna, mas se recuperou.


batalha 

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Passados quatro anos do acidente, o material que ele carrega na perna, cerca de dois quilos de metal, está dando rejeição. “No dia 26 de agosto, o médico de Gaspar marcou uma cirurgia para retirar os pinos, mas ele quebrou dois pinos dentro da perna e nisso eu acabei pegando uma bactéria. O médico disse que têm três meses para matar essa bactéria ou terá que abrir de cima abaixo para ver onde tá o foco da bactéria”, revela Gilmar. Ele já deu encaminhamento na Policlínica de Gaspar e espera a data da nova cirurgia para retirar o pino quebrado que continua dentro da sua perna.  

Enquanto isso, Gilmar continua na batalha, vendendo seus produtos na sinaleira, já que essa é sua única fonte de renda. Ele briga na justiça para conseguir reaver o muito que perdeu, mas desde o acidente teve apenas uma audiência sobre o caso. “Na época, tentei acordo com a empresa que trabalhava para ela arcar com os custos, me ajudar a pagar pelo menos o conserto do meu carro, mas a empresa não aceitou, tive que ir para a justiça e dia 21 do mês passado teve a primeira audiência em Itajaí, mas o juíz disse que não pode mexer em nada enquanto o médico não der o laudo, a liberação para ele poder começar a mexer. Daí eu retorno com o médico e, depois, mando os papéis para o advogado para ver o que ele pode fazer, porque tem seguro, tem tudo para receber e eu não consigo receber”, lamenta o vendedor ambulante.




Como ajudar


O gasparense tem uma filha de 10 anos e conta com a solidariedade da comunidade para sobreviver. Todos os dias, no início da manhã até à noite, ele está na sinaleira vendendo seus produtos. “Vai fazer quatro anos que eu já tô aqui, todo mundo já me conhece, já tenho amizades. Nesses dias que eu me afastei por causa da cirurgia todo mundo perguntou onde eu estava. Eu tenho uma meta de venda por dia e eu só vou embora quando bato essa meta e nos dias que eu fico afastado são dias que eu não trabalho, então tudo atrasa, as contas, colocar o alimento dentro de casa”, conta. 


Para quem quiser ajudar, além de comprar as balas e pipocas que Gilmar vende, também é possível fazer doações por PIX, pela chave: 64707113249.