A gasparense foi a vencedora na categoria Aquicultura por sua relevante atuação aquícola em SC.
A trajetória de Ofélia Maria Campigotto na atividade aquícola começa aos seus 6 anos de idade, quando a família passa a exercer a atividade aquícola para subsistência, produzindo peixes para garantir a própria alimentação.
Durante sua vida profissional, a ganhadora da categoria “Aquicultura” do Prêmio Mulheres das Águas foi vendedora durante 22 anos e, quando se aposentou, pôde utilizar suas economias para comprar um sítio onde pudesse cultivar peixes - seu sonho de infância.
Desde então, a produtora aquícola se envolveu cada vez mais na atividade: “Pra quem tem raízes na aquicultura, foi uma realização ter meu próprio sítio. Esse também era um sonho do meu marido que sempre me incentivou muito. Foi acompanhando ele que conheci a Associação dos Aquicultores do Município de Gaspar e Região (Aquipar), aos poucos fui me envolvendo em diversos setores da Aquipar, até o momento em que assumi como presidente”.
Nos 23 anos de atuação na aquicultura, Ofélia também foi presidente da Associação Catarinense de Aquicultura (Acaq), exercendo liderança com foco no bem estar e desenvolvimento do setor, promoveu cursos e seminários para a capacitação e qualificação dos produtores da piscicultura. Em Gaspar, a aquicultora participa da organização dos eventos durante a semana santa, semana nacional do pescado e o projeto para a inserção do peixe na merenda escolar.
Em ligação com Ofélia, para comunicá-la da premiação e convidá-la à cerimónia de homenagem - que será realizada em Brasília - DF - o Ministro André de Paula parabenizou a produtora por seu trabalho e dedicação à atividade: “É uma grande alegria homenagear o belo trabalho que você vem fazendo ao longo da sua vida, organizando as mulheres que atuam nas águas na aquicultura. Sabemos que hoje você mobiliza cerca de 500 mulheres no movimento Mulheres na Aquicultura BR!”
A Aquipar conta hoje com 16 associados, entre piscicultores e proprietários de pesque-pagues do município. Como a associação não possui sede própria, as reuniões são feitas a cada dois meses nas propriedades dos associados. “Foi uma maneira que encontramos de promover também a união entre os associados e a troca de informações, pois conhecemos o trabalho de cada um e assim podemos nos aprimorar juntos”, diz Ofélia. Ela acrescenta que, com as reuniões nos lares dos associados, as famílias também começaram a se envolver mais com a associação e com a piscicultura.
Ofélia e seu marido Paulo vivem em uma fazenda onde existem 15 lagoas de peixes. Há também um berçário, que recebe os alevinos, ou bebês de peixe, para quem não é do ramo, que repovoam as lagoas a cada safra. O casal criou uma infraestrutura para garantir a qualidade da criação. O sistema fluvial que abastece as lagoas foi cuidadosamente projetado, de forma que a água de uma não se misture a da outra. “A água vem da fonte que começa no nosso terreno, então ela é pura”, afirma Ofélia. Esse é outro cuidado que se deve ter, pois a água pode contaminar uma produção inteira de peixes.
Para alimentar os peixes com ração, Paulo colocou em ação o seu lado inventivo, e um criou um equipamento próprio. O invento já está até patenteado e vem sendo comercializado para outros produtores. Trata-se de um reservatório flutuante, que distribui a ração de acordo com a programação de um timer. O fazendeiro programa os horários de alimentação do peixe e deixa a máquina trabalhar. “É uma máquina que facilita bastante a mão-de-obra”, garante Ofélia.
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