Governo de SC ameaça descontar faltas injustificadas dos professores em greve

Em nota, o governo afirma que paga o melhor salário aos professores entre os três estados do Sul

 Governo de SC ameaça descontar faltas injustificadas dos professores em greve
Parte do Magistério segue de braços cruzados / FOTO DIVULGAÇÃO

O governo do estado voltou a se manifestar sobre a greve dos professores da rede estadual de ensino que entrou na segunda semana. Em nota, publicado no site oficial, o governo do estado alega que já paga a maior média salarial da região Sul aos profissionais da Educação, superior em cerca de 15% ao Estado do Paraná e aproximadamente 50% superior ao paga aos professores do Rio Grande do Sul. O governo catarinense lembra ainda que está aumentando em 100% o benefício do vale-alimentação. Outra alegação para não ceder às reivindicações da categoria é que houve revisão do desconto de 14% para aposentados, garantindo que recebam um valor maior todos os meses no benefício. O governo do estado também anuncia o maior concurso da história do magistério de Santa Catarina, que va contratar 10 mil novos profissionais na Educação. Por fim, afirma que preocupou-se em garantir que todos os professores tenham um horário remunerado fora da sala de aula para planejar conteúdos e preparar provas e que o pedido de descompactação da folha de pagamento é absolutamente inviável no momento, pois implicaria num custo adicional de R$ 4,6 bilhões, superando o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O governo de Santa Catarina também ameaça descontar as faltas injustificadas dos professores grevistas, contratar professores temporários para manter as aulas normalmente e que a negociação sobre remuneração dos professores só será retomada assim que os grevistas retornarem para as sala de aula. 


A greve do magistério estadual iniciou na última terça-feira, dia 23. Abaixo, as principais reivindicações da categoria

  • Plano de carreira

Hoje a tabela salarial de um professor efetivo do Estado está achatada. Quem está quase se aposentando recebe praticamente o mesmo de alguém que acabou de entrar no magistério. Tempo de serviço, qualificações como especialização, mestrado e doutorado têm pouco impacto, hoje, na remuneração. Os professores pedem crescimento gradativo nos salários conforme avançarem na carreira e se qualificarem.

  • Concurso público

O último concurso do magistério catarinense foi realizado em 2017, há 7 anos. Enquanto isso, cresce o número de professores efetivos aposentados e o Estado complementa o quadro com temporários.

O problema disso é que um professor ACT atua em mais de uma escola para complementar a renda e passa o dia se deslocando entre um lugar e outro, o que compromete o desempenho em sala de aula. Além disso, a cada ano ou a cada dois anos o contrato acaba e o professor, ao assinar um novo contrato, é redirecionado para outras escolas, perdendo o vínculo com os alunos e não podendo acompanhar a aprendizagem no médio e longo prazo.

Hoje, 35% dos professores do Estado são efetivos. Dos 13.030 concursados, somente 8,9 mil estão em sala de aula. A maior parte de quem atua diretamente com os alunos na rede estadual são ACTs: que chegam a 31,4 mil.

  • Desconto de 14%

Em 2021, o Governo do Estado fez uma reforma da previdência que passou a cobrar 14% sobre o salário dos aposentados e pensionistas que recebiam as menores remunerações. Isso impactou diretamente os professores. A reivindicação é de isenção dessa cobrança.

A presidente da Comissão de Educação e Cultura, a deputada Luciane Carminatti (PT), liderou um projeto de iniciativa popular para acabar com o desconto dos 14% aos aposentados. O projeto de lei está em tramitação na Alesc.

  • Hora-atividade

Os professores estão pleiteando um terço de hora-atividade, que já foi estabelecido em lei. Esse é um tempo dedicado a planejar aulas, corrigir trabalhos, um momento é fundamental no trabalho pedagógico.

Hoje, no Estado, professores de séries iniciais não têm esse direito. A Secretaria de Educação cortou também dos professores de laboratório, resultando na paralisação de diversos projetos.

  • Direitos dos ACTs

Os professores ACTs, além de não ter garantia de continuidade dos contratos de trabalho, não têm um direito fundamental: acompanhar os filhos em consultas médicas e tratamento de saúde.

Caso faltem por esse motivo, são exonerados e o CPF é bloqueado, não podendo assumir vagas como professores no Estado por determinado período de tempo.

Essa é uma situação emblemática já que mais de 70% dos profissionais de educação são mulheres. Muitas delas mães e únicas responsáveis pelo cuidado dos filhos.

  • Piso salarial

A pauta dos professores é que o piso catarinense tenha reajuste ano a ano, garantindo aumento real e sem perdas salariais.

  • Melhoria na infraestrutura escolar

Praticamente todas as mais de 1 mil escolas estaduais estão precisando de melhorias. Alguns casos são mais emblemáticos, com crianças estudando em galpões, igrejas e outros lugares improvisados sem qualquer condição de ensino e aprendizagem. Os professores pedem reformas urgentes para garantir a segurança de estudantes e profissionais, além de condições de trabalho. O Estado não tem apresentado um plano concreto de melhoria na infraestrutura. Muitas delas com goteiras e sistemas elétricos precários.



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