Jornalista é conhecido por abordar temas como racismo
O jornalista, ator, roteirista e antropólogo Ernesto Xavier está em Gaspar, para um roteiro de palestras e debates com estudantes do ensino médio, técnico e superior abordando temas como negritude, preconceito e racismo. A iniciativa é do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), como parte das comemorações dos 10 anos de criação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da instituição de ensino.
Dono de um canal na Rede Social com mais de 200 mil seguidores, Ernesto Xavier se tornou, nos últimos dois anos, referência nacional quanto o assunto é racismo. Antes disso, atuou como repórter e apresentador da Rede Globo nos programas “Encontro”, “É De Casa” e “Mais Você”. Foi editor de saúde, bem-estar, esportes e motor da revista GQ Brasil entre 2020 e 2022, apresentador dos programas “Rede Escola” e “Hora do Enem” da TV Escola. É autor de vários livros, o mais conhecido “Relatos sobre o racismo no Brasil, Senti na Pele”, de 2017.
Nesta quinta-feira, dia 7, o jornalista terá três encontros, dois deles no Câmpus Gaspar do IFSC, no bairro Bela Vista. O primeiro, às 10h25min, vai reunir alunos dos cursos técnicos integrados do IFSC e ensino médio da Escola Estadual Agenor Zimmermann. No período da tarde, o bate-papo será com servidores e estudantes do Câmpus Gaspar do IFSC e, a partir das 19h, será a vez dos alunos da Unissociesc, em Blumenau.
O ciclo de palestras e debates com Ernesto Xavier começou na segunda-feira (4), numa roda de conversa com estudantes dos cursos superiores do Câmpus Gaspar do IFSC e da Escola Agenor Zimmerman. Na terça-feira (5), o bate-papo foi pelo canal do IFSC no Youtube e, à noite, uma nova roda de conversa com o Movimento Afro Raízes do Vale. Já na quarta-feira (6), o jornalista palestrou e debateu com alunos dos terceiros anos da Escola Estadual Frei Godofredo, onde contou um pouco da sua trajetória e reforçou a importância das pessoas conhecerem suas raízes. O jornalista, que se auto define um contador de histórias, lembrou que outras pessoas também devem contar suas histórias, para que a história não se torne única. “Visões únicas geram preconceitos que levam a conflitos”, enfatizou. Para o jornalista, as pessoas têm medo do conhecimento e citou como exemplo a religião. Seguidor do Candomblé, ele admite o preconceito contra as religiões africanas. “O que vem da África assusta”, afirmou, para mais adiante questionar: “Qual o sentido de brigar? Todas as religiões têm como premissa o amor. A fé não pode ser algo ruim. Existem diferentes formas de se manifestar o amor”.
No seu mestrado em Antropologia, Ernesto estudou os depoimentos de racismo nas mídias sociais e descobriu que a maioria das situações ocorrem dentro das escolas e concluiu. “Todos nós somos racistas, pois fazemos parte de um sistema onde existem valores diferentes para pessoas cuja a cor da pele é diferente, porém, não desistam de lutar contra isso”, concluiu.
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