A chuva deu uma trégua nesta quarta-feira, 17, e o sol voltou a aparecer. A tendência é que fique assim pelos próximos dias. Com a melhora do tempo é hora de contabilizar os prejuízos com a chuva. Seis municípios decretaram situação de emergência. Paulo Lopes e São João Batista foram os mais atingidos. Em Gaspar, desde o sábado (13), choveu 227mm, segundo a Defesa Civil do município. 

No total, foram 13 ocorrências provocadas pela chuva. A principal foi um deslizamento de grande porte na Estrada Geral do Gaspar Alto, que segue interditada. Equipes da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos iniciam nesta tarde a remoção de terra para liberar o acesso da via, o que deve acontecer até o final do dia. Além desse deslizamento, a Defesa Civil registrou mais dois em vias públicas, um em via particular, dois alagamentos em propriedade particular e três quedas de árvores em vias públicas. 

Além disso, a Defesa Civil solicita que a população fique atenta a encostas e áreas com riscos de deslizamento, é importante que o morador fique em alerta a qualquer movimentação de solo, sejam rachaduras, água corrente com barro, movimentação de postes e grades entre outros. A orientação é ligar imediatamente para o número 199 e, em alguns casos mais graves, sair de casa. A Defesa Civil reforça para a população que segue de plantão atendendo ocorrências através do telefone 199 ou do whatsapp (47) 99236-2147. 

É importante que todas as situações sejam registradas, mesmo que de pequeno porte, para que o devido registro seja feito. O registro de ocorrências por redes sociais ou outros canais que não sejam o 199 ou o whatsApp da Defesa Civil não é contabilizado nos relatórios, pois não fornece as informações necessárias.

Temperaturas

Depois da chuva, vem aí o frio. As temperaturas começam a cair em todas as regiões, atingindo primeiro as áreas de divisa com o Rio Grande do Sul. Vale destacar que as menores temperaturas devem ser observadas a noite, com temperaturas abaixo dos 10°C nas áreas mais altas do estado, entre o Meio Oeste e Planaltos. À tarde ocorre um contraste térmico entre as regiões do estado, enquanto do Grande Oeste aos Planaltos as temperaturas marcam apenas de 19 a 22°C, o litoral ainda deve registrar temperaturas entre 25 e 29°C, em especial no Litoral Norte.

SC alerta para o risco do contato com a água de alagamentos

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta sobre o risco do contato com água contaminada pelos alagamentos que atingem algumas cidades de Santa Catarina. Além da destruição causada pelas fortes chuvas e enxurradas, após o registro de inundações aumentam os casos de leptospirose.

As águas dos alagamentos podem estar contaminadas pelo esgoto e urina do rato e provocar sérios problemas de saúde. Em alguns casos, a contaminação pode ser grave, pessoas que tiveram contato com as enchentes e apresentarem febre, dor no corpo e dor de cabeça (até 40 dias após o ocorrido) devem informar ao médico que tiveram contato com água suja. 

“As pessoas que possam ter contato com a água da enchente, necessitam usar botas, luvas ou qualquer outro tipo de material que isole os pés e as mãos. Quem tiver algum ferimento deve evitar os locais alagados”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina.

A leptospirose é uma doença grave, causada por uma bactéria presente na urina contaminada de animais, principalmente ratos. A bactéria penetra no corpo através de machucados e, até mesmo, da pele sadia quando a pessoa fica muito tempo dentro da água. Por isso, o risco é maior em épocas de enchentes e alagamentos.

Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, começando de forma abrupta, com febre alta, dor de cabeça, mal-estar e muitas dores no corpo. Um sintoma bastante característico é uma forte dor nas panturrilhas (batata da perna). 

A leptospirose pode evoluir para quadros graves, com aparecimento de icterícia (a pele fica com um tom amarelo-avermelhado). Os sangramentos podem aparecer na fase mais avançada, com dificuldade respiratória e pode levar a óbito.

“É importante termos uma atenção redobrada com os mais vulneráveis, como os idosos, crianças e aquelas pessoas que têm dificuldade de locomoção. Se for necessário ter contato com a água é fundamental seguir as recomendações e se proteger”, finaliza João.