Levantamento da Polícia Rodoviária Federal revela aumento de infrações e destaca impacto da urbanização nas margens das rodovias federais

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou nesta terça-feira (22) o balanço da Operação Semana Santa 2025, que reforçou a fiscalização nas rodovias federais de Santa Catarina entre os dias 17 e 21 de abril, período que englobou o feriado de Tiradentes. Durante os cinco dias de operação, foram registrados 145 acidentes, que resultaram em 164 pessoas feridas e nove mortes.

Entre as vítimas fatais, cinco eram pedestres que tentavam atravessar as rodovias e foram atropelados. Os outros quatro óbitos envolveram motociclistas, sendo três deles condutores de motos de baixa cilindrada. A PRF destacou que o prolongamento da operação neste ano, com o feriado coincidindo com a segunda-feira após a Páscoa, contribuiu para o aumento no fluxo de veículos.

O levantamento também apontou números elevados de infrações. Ao todo, 147 motoristas foram flagrados dirigindo sob efeito de álcool, 255 realizaram ultrapassagens em locais proibidos, 59 manuseavam o celular ao volante e 3.604 veículos foram autuados por excesso de velocidade. Além disso, 542 pessoas foram multadas por não utilizarem o cinto de segurança e 99 crianças estavam sendo transportadas sem cadeirinha.

Segundo a PRF, os dados revelam um problema estrutural no estado: a dependência quase exclusiva das rodovias federais para deslocamentos urbanos e intermunicipais. Santa Catarina possui poucas rodovias estaduais com capacidade de integração regional, fazendo com que as BRs acumulem funções que extrapolam sua vocação original de atender ao tráfego de longa distância. Essa realidade, associada ao crescimento urbano desordenado às margens das estradas, vem transformando esses trechos em vias com intenso movimento de veículos leves, pedestres e motocicletas urbanas, o que aumenta os riscos de acidentes.

A PRF reforça a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura, como passarelas, travessias seguras e acessos planejados, para adequar as rodovias à nova realidade de uso misto e reduzir a letalidade no trânsito.

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