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17/10/2024 15:23
ATÉ QUANDO?

Vítimas da intolerância humana

Por Alexandre Melo

 Publicado 17/10/2024 14:48  – Atualizado 17/10/2024 15:23

  • Ana e Pirata não resistiram aos ferimentos (Fotos: DIVULGAÇÃO AGAPA)

Recolhidos pela Agapa, a gata Ana e o cão Pirata não resistiram e morreram por consequência de maus-tratos

Os maus-tratos a animais são um problema sério e preocupante. Apesar de existirem leis que visam proteger os animais, a prática ainda é comum em diversas situações. O Brasil possui um grande número de casos registrados, e muitos deles não chegam a ser denunciados devido à falta de informação ou medo. Em Gaspar não é diferente. Os relatos de maus-tratos se multiplicam sem que haja investigação ou punição.

Muitas vezes, a chegada do socorro é tardia. O cão Pirata teve esse destino na semana passada. Recolhido pela Associação Gasparense de Proteção aos Animais (AGAPA) com um ferimento no olho que, por consequência, lhe tirou a visão, o filhote não resistiu e morreu no final da semana passada. Segundo a entidade, Pirata estava com o quadro estável e melhorando, mas teve uma regressão rápida e agressiva. “Esse pequeno anjinho lutou com todas as forças para melhorar e ter a oportunidade de receber muito amor em uma nova família. Sentimos muito por todo o sofrimento que ele passou em vida, mas seguimos firmes sabendo que fizemos o possível para salvá-lo e para que ele recebesse amor enquanto pudemos estar ao seu lado”, escreveu a entidade em sua rede social. A gatinha Ana também não resistiu e foi outra vítima da maldade humana em Gaspar. Ela morreu no último domingo, dia 13.

Cenas e relatos emocionantes como esses são quase diários. A Agapa lembra que além da legislação, o combate aos maus-tratos requer uma mudança cultural, onde a proteção animal passe a ser encarada como uma responsabilidade de todos. “Lidar com maus-tratos a animais é uma questão séria e requer um compromisso com a proteção e o bem-estar dos seres vivos”, afirma a entidade. A Agapa convoca a comunidade gasparense a se engajar a campanhas que promovem a proteção dos animais e ajude a arrecadar fundos ou recursos para ONGs que atuam nessa área. "O engajamento também vai ajudar a entender mais sobre os direitos dos animais e as leis relacionadas aos maus tratos”, explica a entidade.

Em Gaspar, além da Agapa, que tem a missão de salvar e proteger animais domésticos em situação de risco ou abandono, existem três abrigos para cães que lutam com muita dificuldade para manter os animais saudáveis. Há, ainda, moradores que recebem temporariamente em suas casas animais que sofrem algum tipo de maus-tratos ou que foram abandonados por seus tutores.

Um dos abrigos é do gasparense Rogério da Silva, que hoje mantém 180 animais sob sua tutela em um sítio da localidade da Garuba. Os “peludos”, como ele chama seus cães, vão passar fome daqui pra frente se não receberem a ajuda da comunidade. Rogério diz que não sabe mais o que fazer, já está devendo muito nas agropecuárias da cidade, e ainda assim não tem ração suficiente para alimentar todos os seus cães. “Aceitamos qualquer valor pessoal, R$ 5 ou R$ 10 reais podem fazer a diferença", apela o guardião dos animais.

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O que fazer diante de maus tratos a animais:
1. Tente entender a situação antes de agir;
2. Se possível, tire fotos ou faça vídeos que mostrem os maus tratos. Anote detalhes como a data, hora e local, além de possíveis testemunhas;
3. Não tente resgatar o animal você mesmo se isso puder colocar você ou o animal em perigo;
4. Entre em contato com as autoridades competentes e forneça todas as evidências coletadas;
5. Continue monitorando a situação após relatar os maus tratos. Se não houver mudança, você pode precisar fazer novas denúncias.

  • Entidade noticiou nas últimas semanas a morte da gata Ana (DIVULGAÇÃO AGAPA)

  • ... e do cão Pirata, vítimas de maus-tratos (DIVULGAÇÃO AGAPA)

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