Brasil detém 3ª maior jazida mundial dos 17 elementos químicos do grupo de terras raras, estratégicos para setores como o automotivo, o energético e o tecnológico

Essenciais na fabricação de produtos de alta tecnologia, incluindo motores elétricos, turbinas eólicas, smartphones e outros dispositivos eletrônicos, os 17 elementos químicos que compõem o grupo chamado terras raras, por causa de sua utilização estratégica, podem enfrentar problemas de suprimento mundial. O fato positivo para o Brasil é que o país detém a terceira maior jazida de terras raras do planeta.

Para desenvolver a produção nacional de ímãs permanentes, a principal propriedade das terras raras, as Federações das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e de Minas Gerais (FIEMG), juntamente com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criaram o projeto chamado MagBras. Integrante do programa Rota 2030/MOVER, o projeto tem o propósito de estabelecer uma cadeia produtiva completa e permanente de terras raras no país, para possibilitar a entrada do Brasil como um player importante no cenário mundial.

Para marcar o lançamento do projeto, foi realizado um encontro híbrido, com a parte presencial na Unidade do SENAI de Ímãs e Terras Raras (CIT SENAI ITR), na cidade mineira de Lagoa Santa. O evento, realizado no dia 26 de setembro, reuniu líderes da indústria e especialistas em inovação para discutir o desenvolvimento da cadeia de produção de magnéticos permanentes de terras raras no Brasil.
O evento contou com a participação das indústrias catarinenses Schulz e WEG (presencialmente), além de Zen e Tupy (on-line).

Oportunidade para a indústria brasileira
Participando por videoconferência, Mário Cézar de Aguiar, presidente da FIESC, pontuou que o projeto MagBras é uma importante experiência de união de entidades e de competências. “É uma grande oportunidade para a indústria brasileira, pois a matéria-prima é abundante em nosso território e o processamento, de ponta a ponta, pode ser totalmente feito aqui”, afirmou.

“Apesar de deter uma das maiores jazidas mundiais, o Brasil tem uma dependência excessiva de importação de ímãs permanentes da China, maior do que 95%. A China tem imposto restrições sobre exportação de terras raras e das tecnologias de produção”, completou.

O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, observou que o setor produtivo não pode deixar passar esta oportunidade ímpar. “Mais cedo ou mais tarde será cobrado o preço de não termos aqui uma cadeia produtiva desses elementos. Por isso o MagBras é importantíssimo para o setor industrial brasileiro”, afirmou.