Um forte esquema de segurança está sendo preparado para o dia do julgamento

O homem apontado como autor de um dos crimes mais bárbaros cometidos na história policial de Santa Catarina sentará no banco dos réus na próxima quinta-feira, dia 29. O julgamento ocorrerá no salão do Tribunal do Júri da comarca de Blumenau, com início previsto para as 8h. Para garantir a segurança e o bom andamento da sessão, diversas restrições foram estabelecidas: apenas familiares das vítimas e do réu terão acesso ao julgamento, sem presença de público externo. A imprensa terá um espaço reservado, mas deverá seguir normas rigorosas, como a proibição de fotografar ou filmar jurados e testemunhas.

Além disso, orienta-se que o nome e a imagem do acusado não sejam veiculados, conforme recomendação de especialistas, com o objetivo de não dar ao réu notoriedade e evitar o chamado efeito contágio.
No dia do júri, a rua Zenaide Santos de Souza, em frente ao fórum, será temporariamente fechada no início e no término do julgamento. Um forte esquema de segurança será implementado.
Antes do início da sessão, haverá um sorteio para definir o Conselho de Sentença, composto de sete jurados. Eles estão em uma lista de 25 jurados previamente sorteados no mês de julho. Outros 15 suplentes fazem parte da lista. Os promotores Rodrigo Andrade Viviani e Guilherme Schmitt vão atuar no julgamento. O réu terá a defesa da Defensoria Pública.

O crime

De acordo com os autos do processo, o réu, na época com 25 anos, invadiu uma creche na Rua dos Caçadores, Bairro da Velha, em Blumenau, na manhã no dia 5 de abril de 2023. Armado com uma machadinha, ele invadiu o estabelecimento e matou quatro crianças – três meninos e uma menina – com idades entre 4 e 7 anos e feriu outras cinco. Em seguida, ele foi até a sede do Batalhão da Polícia Militar e se entregou.

Um mês depois, a pedido da Defensoria Pública o autor do crime passou por um exame de sanidade mental feito por um médico perito oficial do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, de Florianópolis. O resultado foi apresentado à Justiça no dia 4 de agosto de 2023, e a conclusão é que à época dos fatos ele apresentava total capacidade de entendimento dos seus atos e total capacidade de se determinar de acordo com esse entendimento.

Com o fim do inquérito, o réu foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público de Santa Catarina por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídio qualificado. As qualificadoras que serão analisadas durante o julgamento são motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e crime contra menores de 14 anos. A pena para este tipo de crime é de 12 a 30 anos de prisão. Por conta da presença de menores nos autos, o processo tramita sob sigilo.