Contorno viário reduz em mais de 1h a travessia da Grande Florianópolis
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O Contorno Viário tem 50km de extensão em pista dupla e quatro túneis (Fotos: DIVULGAÇÃO)
Novo trajeto tem 50km de extensão e quatro túneis
Desde a tarde do último sábado (10), as pistas do Contorno Viário da Grande Florianópolis estão abertas para o tráfego de veículos. A inauguração oficial aconteceu na sexta-feira, dia 9, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua primeira visita oficial ao estado desde que assumiu o governo. O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, também participou da inauguração ao lado do ministro dos Transportes, Renan Filho, além de outras autoridades locais e do Executivo Federal. O Governo do Estado foi representado pela vice-governadora, Marilisa Boehm
O empreendimento teve investimento de R$ 3,9 bilhões e faz parte de um contrato entre a ANTT -Agência Nacional de Transporte Terrestre e a Autopista Litoral Sul, concessionária responsável pelo trecho da BR-116/376/PR e BR-101/SC, entre Curitiba e Palhoça.
O novo percurso, que era reivindicado pela população catarinense há mais de uma década, vai reduzir em 1h20min a travessia na região e terá impacto em ao menos nove cidades da região, entre elas Santo Amaro da Imperatriz e Tijucas.
Com 50 quilômetros de extensão de pistas duplas, o Contorno Viário inclui quatro túneis duplos, seis acessos por trevos, sete pontes e mais de 68 mil metros quadrados de estruturas especiais. Ele foi projetado para desviar o tráfego da BR-101, que corta a região metropolitana de Florianópolis e deve impactar cerca de 30 mil veículos por dia, sendo uma alternativa rápida para quem está de passagem.
Os quatro túneis do Contorno Viário têm os mais modernos equipamentos de tecnologia e segurança existentes no mercado, integrados em um sistema que engloba iluminação, circuito fechado de televisão (CFTV), sistema de detecção e de combate a incêndio, sinalização com painéis de mensagens variáveis e balizadores de faixa, telefonia de emergência e ventilação, entre outros itens. Cada túnel terá uma subestação, onde será feito todo o controle automatizado dos sistemas, que serão conectados à central de operações em São José dos Pinhais (PR).
“Eu tenho muito orgulho de estar aqui inaugurando uma obra que nós começamos em 2008. Em apenas 18 meses, nós conseguimos fazer 40% de tudo o que foi feito nesta obra”, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República.
Benefícios para Santa Catarina
O Contorno Viário da Grande Florianópolis é um projeto de enorme importância para a população catarinense, que aguardava a conclusão da obra há quase uma década. A rodovia vai beneficiar cerca de 1,1 milhão de pessoas, impactando positivamente a qualidade de vida e promovendo novas oportunidades de emprego na região.
Cerca de 18 mil caminhões por dia utilizarão a nova rota, liberando a BR-101 de um tráfego pesado e diminuindo o custo operacional para transportadoras. Espera-se que 25 a 30 mil veículos diários sejam desviados da rodovia federal, reduzindo em até 22% o tráfego na BR-101.
A Grande Florianópolis, uma região chave para Santa Catarina, com 22 cidades, concentra cerca de 15% da população catarinense e é um dos principais centros financeiros, industriais e turísticos do estado. Além de facilitar o fluxo de veículos, o Contorno Viário contribuirá para a redução de acidentes, emissões de gases poluentes e ruídos, melhorando o meio ambiente e a segurança viária.
"Essa é, sem dúvida, a maior obra rodoviária do Brasil e vai trazer redução de tempo de viagem e menos acidentes. É mais eficiência logística e segurança viária para o cidadão catarinense e para todos os brasileiros", Rafael Vitale, diretor-geral da ANTT.
Sustentabilidade e responsabilidade ambiental
O projeto do Contorno Viário aborda questões de infraestrutura e incorpora práticas sustentáveis para minimizar o impacto ambiental. Durante a construção, foram implementados 13 programas ambientais para a proteção dos ecossistemas da região, incluindo o Plano Básico Ambiental (PBA), que engloba iniciativas como o salvamento de fauna, preservação da cultura indígena e plantio compensatório.
Mais de 14 mil mudas de espécies nativas foram plantadas para conservar a biodiversidade local, enquanto cerca de 56 mil exemplares de espécies exóticas foram removidos, contribuindo para a regeneração da restinga. A Baixada do Maciambu, no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, foi uma área foco desses esforços, com 166 hectares reflorestados.
Além disso, o projeto incluiu um abrangente estudo arqueológico, com a identificação e preservação de mais de uma dezena de sítios arqueológicos e 7.990 artefatos, em colaboração com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Também foram consideradas as comunidades indígenas Guarani na região, garantindo que as medidas de mitigação fossem realizadas de forma participativa e respeitosa.
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Obra consumiu quase R$ 4 bilhões (DIVULGAÇÃO)
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