A análise aponta para adensamentos nos pavimentos e prevê a conclusão da obra além do prazo, destacando desafios como desapropriações e realocação de tubulações

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) divulgou um estudo sobre a duplicação da BR-470 entre Navegantes e Indaial, apontando sérios problemas de qualidade e atrasos na conclusão da obra. O levantamento, conduzido pelo engenheiro Ricardo Saporiti, foi encomendado para avaliar o progresso e as condições da duplicação nos lotes 1, 2, 3 e 4.

Através dos estudos, adensamentos nas bases do pavimento foram detectados nos lotes 1 e 2, mesmo após a aplicação de técnicas específicas para lidar com solos moles. Segundo Saporiti, a percepção de má qualidade entre os usuários é confirmada pelos dados, indicando que o serviço está muito abaixo do esperado para um corredor logístico tão crucial para o estado.

O documento mostra também que no ritmo atual, a duplicação da BR-470 não será concluída conforme o cronograma. A previsão é que o lote 4 leve ainda 6 anos e 2 meses para ser finalizado. Os lotes 1, 2 e 3 têm prazos estimados de conclusão para junho de 2025, março de 2025 e outubro de 2026, respectivamente.

Além disso, as desapropriações de imóveis e a necessidade de realocar a tubulação da SCGás são citadas como principais barreiras nos lotes 3 e 4. A relocação de cerca de 6 mil metros de tubulação de gás natural está causando atrasos significativos.

Como solução para o caso, a FIESC sugere renegociar urgentemente o contrato com a empresa responsável pela obra e alocar mais recursos do Ministério dos Transportes para que o DNIT possa continuar investindo na duplicação da BR-470. Em 2023, mais de R$ 1 bilhão foram investidos em rodovias federais em Santa Catarina.

Em nota o DNIT afirmou que mantém a previsão de conclusão dos quatro lotes para 2026 e que 80% das obras entre Navegantes e Indaial já estão concluídas. A análise da FIESC destaca a necessidade de um acompanhamento rigoroso para garantir a qualidade e a pontualidade na execução desta obra essencial para a infraestrutura do estado.