A Força Patriota Estudantil quer formar jovens cidadãos
Estudo, disposição, disciplina, hierarquia e honestidade. Esses são princípios que norteiam a FOPE (Força Patriota Estudantil), criada há mais de 20 anos em Bauru-SP. De acordo com os fundadores, trata-se de uma instituição centrada no desenvolvimento humano e social, embora também exista o foco de preparar jovens que queiram ingressar na carreira militar.
Hoje, são mais de 200 escolas FOPE no Brasil, sendo que em torno de 60 estão em Santa Catarina. Em Gaspar, a FOPE foi criada há dois anos e atende hoje a 40 jovens com idades entre 6 e 18 anos. A redação do Jornal Metas recebeu, no último dia 6, para uma entrevista, que pode ser assistida nas nossas redes sociais e canais, a visita do comandante Prado, um bombeiro civil especialista em resgate aquático, e que hoje coordena a FOPE de Gaspar, Navegantes e Itajaí.
Segundo ele, é preciso desmistificar a ideia equivocada de que a FOPE é uma força paramilitar. “A FOPE é um projeto de cunho aventureiro, que proporciona às crianças aventura, alegria e conhecer pessoas novas com os mesmos princípios e objetivos”, explica o comandante. Ele admite que a instituição também prepara jovens que queiram ingressar, futuramente, na carreira militar, mas não é esse o objetivo principal. “Queremos formar bons militares, mas fundamentalmente a intenção é desenvolver cidadãos cada vez melhores”, argumenta.
O comandante Prado chama atenção para a diferença entre a FOPE e o escotismo. “A nossa diferença é que o aluno da FOPE tem uma plataforma online de estudos, onde vai “papirar”, que é a nossa gíria de estudo. Ele ainda vai poder acessar mais de 190 cursos online gratuitos, para que possa se especializar em alguma profissão”, revela o comandante.
O desempenho do aluno da FOPE é avaliado dentro de um conjunto de ações que envolve escola, família e a instituição. “Se ele vai bem na escola, se relaciona bem na família e participa ativamente das atividades da FOPE, ele pode subir de hierarquia”, revela. Subir na hierarquia da FOPE significa receber uma nova patente que, no primeiro degrau, é passar de soldado para cabo, seguindo assim os parâmetros militares.
“O aluno leva para casa um termo de conduta, onde os pais vão contar como está o desempenho do filho na escola e nos afazeres de casa e nós, da FOPE, o avaliamos pelas atividades dos encontros semanais e pela nossa plataforma de estudo, onde ele soma pontos diariamente”.
Acampamentos
Além dos encontros semanais, que acontecem aos domingos no Centro Esportivo João dos Santos, a cada três meses ocorre um acampamento, onde os alunos FOPE aprendem noções de emergência e primeiros socorros. “Ele não vai tocar num motociclista acidentado, por exemplo, mas vai saber para onde ligar para chamar a emergência”, observa o comandante.
Resistências
Entidades ligadas aos direitos humanos e proteção da criança e do adolescente têm criticado a metodologia da FOPE que estaria usando treinamento militar em crianças e adolescentes, o que é vedado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Vários pedidos de investigação já foram protocolados na justiça e Ministério Público, porém, o comandante Prado nega qualquer relação da FOPE com táticas militares de guerra. “A FOPE tem sido prejudicada por algumas pessoas, mas é bom esclarecer que nós não somos ligados à política e não desenvolvemos nenhum treinamento com armas. O que acontece é que alguns dos nossos instrutores são militares da reserva e as pessoas veem imagens do passado desses militares e as ligam à FOPE, prejudicando o nosso trabalho”, defende-se o comandante.
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A bandeira do Brasil é presença constante nos encontros (FOTOS: DIVULGAÇÃO)
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Jovens passam por treinamento de emergência (FOTOS: DIVULGAÇÃO)
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Treinamento FOPE (FOTOS: DIVULGAÇÃO)
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Sobrevivência (FOTOS: DIVULGAÇÃO)
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A bandeira do Brasil é presença constante nos encontros (xxx)
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Jovens passam por treinamento de emergência (xxx)
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Treinamento FOPE (FOTO DIVULGAÇÃO)
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Sobrevivência (xxx)
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