Junior se despede com muito carinho e emoção
Um dos estabelecimentos comerciais mais conhecidos de Gaspar, a Lanchonete Alfa, vai fechar as portas quase 50 anos depois, metade deste tempo sob a gerência de Ivan Carlos Junior, mais conhecido por Junior, atual proprietário. O estabelecimento, que fica na Rua São José, 266, esquina com a Rua Doralício Garcia, se despede de seus clientes na próxima sexta feira (7). Durante a tarde de quarta-feira (5), diversos clientes lembravam das histórias vividas no estabelecimento que se tornou ponto de referência na cidade. Junior relembrou com emoção, o tempo vivido com a família na Lanchonete Alfa.
“Quem iniciou isso aqui foi meu avô, junto com o cunhado dele e meu bisavô. Foi passando de um filho para outro e acabou na minha mão. Estou aqui há 24 anos. Tenho muita gente para agradecer, principalmente à freguesia e amizades que fiz nestes anos”, afirmou.
O comerciante recorda com carinho de todo o período de trabalho e lamenta, com muita tristeza, o fim do ciclo da Lanchonete Alfa. “Foi um desacerto comercial, talvez por inveja. Mas saio com meu dever cumprido”, resume.
A Alfa vai deixar saudades. Junior lembra de bons momentos vividos, clientes e histórias que para ele ficarão eternizadas. Ele diz que, nestes quase 25 anos, sempre procurou atender bem a clientela. “O que eu passei foi gentileza, pois gentileza gera gentileza, e qualidade no que servia aos clientes. O ouvido às vezes escutava problemas pessoais e coisas, parceiragem...”, observa. Outra lembrança da Lanchonete Alfa é que ali, por muitos anos, foi uma espécie de rodoviária improvisada de Gaspar, onde os ônibus interestaduais e intermunicipais pegavam e deixavam os passageiros. Hoje, ainda existe o ponto em frente à lanchonete, porém, apenas para os ônibus urbanos. Junior conta que havia “uma casinha”, onde eram vendidas as passagens. O nome Alfa, segundo ele, foi ideia do avô e vai ficar para sempre na lembrança de todos.
“Isso aqui fez a minha vida... Desde os 15 anos trabalhei atrás deste balcão. Nunca ganhei nada, porque meu pai nunca teve condições de me dar... Tudo foi às custas de suor e trabalho honesto. Por isso, eu agradeço a todos os clientes da Alfa, verdadeiros amigos, e também aos fornecedores. É tudo uma grande corrente, que vai se ligando, até chegar no ponto final”, finalizada emocionado o comerciante que não pretende abrir a lanchonete em outro local, mas que vai continuar no comércio, porém, em outro ramo. “Ainda não decidi”, finaliza.
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