O atacante do Flamengo, Gabriel Barbosa, o Gabigol, foi suspenso do futebol por dois anos por tentativa de fraude em exame antidoping. O julgamento, que havia iniciado na semana passada, precisou ser interrompido e teve continuidade nesta segunda-feira, dia 25, quando o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD/AD) anunciou a sentença. O advogado de defesa do atleta já informou que irá recorrer da decisão. Gabigol foi denunciado no artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, cuja pena pode chegar a 4 anos de prisão. 

O fato que gerou a denúncia contra o atacante do Rubro-Negro carioca aconteceu em abril de 2023, véspera de um jogo entre Flamengo e Fluminense. Uma equipe que cuida da coleta de amostras para exames antidoping no futebol esteve no Ninho do Urubu, Centro de Treinamento do Flamengo, para testes surpresas em alguns jogadores, porém, estranhou o comportamento de Gabigol. As amostras dele e de outros jogadores escolhidos aleatoriamente precisavam ser colhidas antes do início do treino, porém, Gabigol não se apresentou, indo direto para o refeitório do CT  e depois para o campo de treino. Ele ainda teria tratado a equipe Antidopagem com desrespeito. Os oficiais afirmaram que o atleta estava muito irritado e teria proferido palavras rudes.

Com a insistência para que ele coletasse a amostra do urina, o jogador, muito tempo depois, teria pego o pote e coletou a amostra sem a presença de um oficial de controle antidoping, o que não tem validade, pois a amostra precisa ser coletada diante de uma autoridade Antidopagem para evitar que o jogador colete a urina de outro atleta. Outro fato estranho é que o jogador teria tentado esconder a genitália enquanto coletava urinava no pote. Gabigol ainda teria entregue ao oficial o pote aberto, o que também é contra o protocolo. No mesmo dia, outros jogadores do Flamengo passaram pelo teste, porém, Gabigol foi o único a apresentar comportamento considerado estranho para os oficiais de Antidopagem. O relatório final apontou que o jogador fraudou ou tentou fraudar o exame antidoping, o que acabou levando o caso ao TJD/AD.

A defesa alegou que o comportamento do atleta não se configurava em uma tentativa de fraude. Disse ainda que era preciso aguardar um período de duas após o treino, para que o exame não fosse afetado pela altas taxas biológicas por conta do esforço físico. Por fim, o advogado do Flamengo afirma que se os oficiais da comissão antidopagem tivessem percebido algo em desacordo com as normas técnicas não deveriam ter aceitado os frascos com amostras da urina do atleta.