Rodas, para que te quero

Do celerífero para a bicicleta atual, veja a evolução deste meio de transporte pela história

Rodas, para que te quero

Ao tentar as primeiras pedaladas, uma criança jamais imaginaria quanta história se passou para que ela pudesse possuir o modelo de sua bicicleta. Muito antes de seus pais ou mesmo avôs nascerem, já havia muita gente estudando possibilidades de melhoria da estrutura deste meio de transporte, tão simples e tão necessário. As bicicletas foram muito importantes no passado e hoje mostram ser também uma solução para o futuro, o que será mostrado ao longo deste caderno.

O celerífero, primeiro “veículo mecânico” para transporte individual, foi o invento que deu a partida para o desenvolvimento da bicicleta. Foi inventado em 1791, pelo Conde francês J. H. De Civrac e tinha uma construção muito simples: duas rodas fixas no mesmo plano por traves cavilhadas. Não havia pedais, para se locomover o condutor dava passadas até ganhar velocidade. O próximo passo nesta evolução foi a draisiana, inventada em 1817 na Prússia, pelo Engenheiro Florestal Karl Friedrich Ludwing Christian Sauerbronn, o Barão de Von Drais. Feita de madeira como celerífero, mas trouxe uma novidade por ser dirigível, ou seja, dar a possibidade de fazer curvas, enquanto o outro só andava em linha reta.

A história se passa e muitos inventores contribuem para a evolução da bicicleta. O francês Pierre Michaux foi o inventor dos pedais, em 1860, o que causou a primeira explosão de consumo deste meio de transporte.  Inicialmente, os pedais foram colocados nas rodas dianteiras das bicicletas, conforme os anos e invenções foram evoluindo, o pedal foi para o local em que se encontra hoje. Foi também ele quem abriu a primeira fábrica de bicicletas do mundo, a “Biciclos Michaux”, em 1865.

O inglês James Starley criou os raios de ferro fino para substituir os da época, ainda feitos de madeira, além de criar os freios, diversos tipos de selins e campainhas. Por fim, nos anos 1890, a marca Humber lançou o quadro trapezoidal, a base geométrica de qualquer bicicleta até hoje.

“Ao longo de todos estes anos de existência, a bicicleta esteve presente em todos os momentos significativos da história da humanidade, seja na paz ou na guerra, nas atividades de transporte e lazer, na medicina e ciência, além de conduzir diariamente bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo aos mais variados destinos”, destaca Valter Bustos, Diretor do Museu da Bicicleta, jornalista e pesquisador.

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No Brasil

Pesquisadores acreditam que as primeiras bicicletas e biciclos chegaram ao Brasil entre o último quarto do século XIX, provavelmente no Rio de Janeiro, capital do então Império em que se concentravam as pessoas com poder aquisitivo suficiente para viajar à Europa, continente onde os biciclos ganhavam força. Valter conta que a expansão ocorreu para os estados de São Paulo e Santa Catarina, por questão de economia e também devido à imigração. “Santa Catarina passou a receber milhares de imigrantes de origem alemã, italiana e suíça a partir de 1850. Há reais possibilidades de terem colocado em suas bagagens algum modelo de bicicleta para ser utilizado na nova pátria”.

Foi somente no final da década de 40 que a indústria de bicicletas se estruturou, deslanchando na década seguinte. No início, elas eram produto de luxo das classes mais ricas. Com a massificação, passaram a ser vistas como veículo da classe trabalhadora. “Outro dado importante para os que desejam entender a razão de estarmos na contra mão dos países desenvolvidos quanto a utilização racional da bicicleta também remonta aos anos 50, sob a presidência de Jucelino Kubitschek, quando este mudou a matriz do transporte em nosso País, fazendo a opção pelos veículos motorizados”, ressalta Valter.

A boa fase econômica fez com que muitas fábricas de bicicletas grandes e pequenas surgissem, porém, com as reformas econômicas que seguiram a Revolução de 64, muitas empresas faliram. Foi nesta época em que Caloi e Monark ganharam força, monopolizaram o mercado e fizeram sumir muitas das pequenas empresas concorrentes. Até hoje, são os dois nomes mais conhecidos quando se fala em bicicleta no Brasil. Desde os anos 90, a maior concorrência destas marcas são bicicletas importadas de alta qualidade, mais uma opção que existe no mercado para a escolha dos ciclistas.

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