O Estado de Santa Catarina possui 6,6 milhões de habitantes e 4 milhões de veículos emplacados, uma média de quase um veículo para cada 1,5 habitante. Somos o 11º estado mais populoso, mas com a quarta maior frota de veículos no País.

Na região, os números são semelhantes. Em Gaspar, são 62 mil habitantes e uma frota de 36 mil veículos. Já em Blumenau, 316 mil habitantes com 224 mil veículos, uma média inferior a 1,5 por habitante.

O resultado desses expressivos números de veículos emplacados é visto nas ruas. Congestionamentos que antes se limitavam aos chamados horários de pico, hoje são frequentes ao longo de todo o dia. O cidadão que deseja se deslocar do Batalhão da Polícia Militar, no Sete de Setembro, a Linhas Círculo, no Coloninha, em um trecho de dois quilômetros, chega a levar meia hora.

A saída para este caos urbano está em meios alternativos de transporte. Uma lei que estabeleceu a nova Política Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em janeiro de 2012, estabeleceu que o transporte coletivo e de massa deve ser prioritário ao individual e o não motorizado ao motorizado. A lei serve como diretriz para ações de governos estaduais e municipais, além de critério para financiamentos em Brasília.

A bicicleta, vista por muitos anos apenas como um veículo de lazer, cada vez mais é tratada pelos cidadãos como um meio de transporte. A produção de bicicletas cresceu 5,9% ano passado em todo o país, chegando a 70 milhões de unidades. A procura pelos pedais também aumentou em Gaspar e Blumenau, porém, as cidades ainda não possuem estrutura adequada para tratar o modal como um meio de transporte.

Em Gaspar não existem ciclovias. Apenas ciclofaixas junto às estradas localizadas em um trecho da Rua doutor Nereu Ramos, no Coloninha, no trecho reurbanizado da Leopoldo Schramm entre o Gasparinho e o Gaspar Grande e na Fernando Krauss, entre o Gasparinho e o Gaspar Mirim. 

A secretária de Planejamento e Desenvolvimento de Gaspar,  Patrícia Scheidt, revela que todas as obras viárias da cidade daqui por diante incluirão ciclofaixas como a reurbanização da Bonifácio Haendchen, no Belchior, da Rua Itajaí, no Sete de Setembro, na Ponte do Vale e na Rua Artur Poffo. “Temos um mapa cicloviário, interligando todas as ciclofaixas que queremos implantar. A medida que obras viárias forem saindo, elas virão junto”, explica.