Ministro quer governo mais próximo dos jornais locais

Carlos Gabas disse que vai sugerir ao governo que olhe mais para a mídia do interior

 m meio a uma verdadeira enxurrada de questionamentos sobre as mudanças no atual modelo de aposentadoria no Brasil, o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, desembarcou em Florianópolis na noite de sexta-feira (19), para a palestra de abertura do 43º Congresso da Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina e V Encontro Nacional de Jornais Locais.  

Nascido em Araçatuba, no interior do Estado de São Paulo, Gabas, 50 anos, começou revelando a sua surpresa ao receber o convite para uma palestra em um congresso de jornalistas, afinal, ele nunca foi do meio. Depois, entendeu que como primeiro servidor público de carreira do INSS a se tornar ministro da Previdência Social poderia, sim, dar a sua contribuição sobre a “Visão que o Poder Público Federal tem do Interior do País”, tema da palestra proferida para uma plateia formada por cerca de 600 pessoas, entre congressistas e convidados que compareceram para a abertura do evento. “Quando eu morava em Araçatuba, lia os jornais de lá. E, ainda hoje, continuo acompanhando as notícias da minha cidade, pela Internet, porque é lá que a gente, que é do Interior, se vê”, confidenciou Gabas. Segundo ele, são os Jornais do Interior que conversam com os moradores das cidades, porque nem todo mundo tem acesso aos grandes jornais. 
O ministro lembrou ainda, que o jornalista do interior está muito mais próximo do seu público leitor, por isso a credibilidade e confiança na informação são ainda maiores. Gabas reiterou o desejo de estreitar os laços com os jornais do interior e que vai levar essa proposta ao Governo Federal. “Vou sugerir fortalecer essa parceria, usar os jornais para publicar as notícias, comprar os seus espaços publicitários”, destacou. 
O ministro disse também acreditar que a vida não acontece na União ou nos estados. “A vida acontece nos municípios. As políticas públicas precisam ser efetivadas nas cidades. É onde as pessoas vivem, é onde elas querem se ver. Precisamos trabalhar numa desconcentração das notícias e os jornais do interior têm um potencial enorme pra isso”.
 
 O veto da presidente Dilma Rousseff ao chamado Fator Previdenciário, na quarta-feira (17), também foi comentado pelo ministro durante a palestra. “O Brasil tem um dos modelos de proteção social mais eficazes do mundo. Muitos entendem que não tem nada com ela, que é algo do governo, mas a previdência é um patrimônio do trabalhador e é preciso zelar por ela. A previdência precisa sobreviver para as próximas gerações, para os nossos filhos, os nossos netos”, destacou Gabas.
 
O que disseram os convidados
 
“Nossas ações repercutindo em cada cidade, em cada vila, em cada indústria, em cada comunidade. Isso só é possível por causa de vocês, jornais do interior” - Paulo Bauer, senador da República por Santa Catarina.
 
“É uma oportunidade de ver uma organização como a Adjori trazer para Santa Catarina um evento que faz a condução das ações que a sociedade tanto precisa”. - Neuto de Conto, presidente do Banco Regional de Desenvolvimento.
 
“Nós, prefeitos, queremos reconhecer o valor e a importância dos jornais do interior, pois é lá que tudo acontece. A mídia regional presta um serviço social, que mostra a notícia pontual, o que os gestores estão fazendo nas suas cidades”. José Caramori, presidente da Fecam. 
 
“A Frente Parlamentar quer dialogar com os jornais do interior, dialogar sobre política com a sociedade, debater com a mídia regional, discutir os meios de comunicação.” - Pedro Uczai, deputado federal por Santa Catrina.
 
“Em tempos em que o cidadão é bombardeado de informações pelas mídias sociais, muitas vezes duvidosas, e que a grande mídia tem certas tendências, nos resta apostar a imprensa do interior”. - Mauro Mariani, deputado federal por SC.
 
“A informação prestada por cada jornal é um serviço prestado à sociedade e a nós políticos. É assim que ficamos sabendo o que acontece em cada município, em cada comunidade” - Antônio Gavazzoni, Secretário de Estado da Fazenda do Governo de SC.
 
“A informação prestada por cada jornal é um serviço prestado à sociedade e a nós políticos. É assim que ficamos sabendo o que acontece em cada município, em cada comunidade” - Antônio Gavazzoni, Secretário de Estado da Fazenda do Governo de SC
 
“Entendo muito bem o desafio dos jornais do interior, entendo quando o presidente Gobbi vem me falar que é preciso mais recursos. O jornal do interior é uma fortaleza diversificada. Vocês representam as comunidades”.  Valter Bier, Secretário de Estado da Comunicação do Governo de SC
 
 
Mussak fala da resistência das pessoas às mudanças
 
O professor e médico, Eugênio Mussak, abriu a sua palestra no 43º Congresso da Adjori/SC falando da grande revolução tecnológica do mundo e a velocidade com que elas ocorrem. “Estamos em outro mundo”, afirmou. Na medida em que foi ampliando o tema, Mussak foi mostrando aos congressistas a relação do homem com essas mudanças e como aceitá-las como condição de evolução e da própria sobrevivência no mundo dos negócios.
 
Autor e coautor de mais de 10 livros, o professor, que é considerado um dos maiores palestrantes do Brasil na área de desenvolvimento humano, disse que toda a mudança gera gasto de energia, e este é o primeiro obstáculo para negar a mudança. 
Outro ponto destacado por ele é o receio de encarar o desconhecido, que causa medo. “Coragem é a capacidade de avançar sobre o medo”, observou Mussak.
O terceiro e mais significativo, na opinião do palestrante, é a própria certeza de que aquilo que existe não precisa ser mudado. “É difícil aceitar as diferentes opiniões, ou que a opinião de outro seja melhor do que a nossa. Quantas inovações negamos por causa do medo de mudar hábitos e costumes”, acrescentou.
 
Sobre as transformações atuais na comunicação, Mussak disse que conviver com pessoas de diferentes gerações é muito interessante e produtivo. “Hoje, o mais jovem ensina o mais idoso, diferente do passado”. No entanto, acrescentou, “para que isso ocorra é preciso que as pessoas tenham humildade para escutar a verdade. Adaptação é a capacidade de recuperar a aptidão”, acrescentou.
No recado final, Mussak enfatizou que os empresários precisam estar abertos às mudanças. “O grande líder é aquele capaz de fazer a leitura do nosso tempo, pois não estamos em tempo de mudanças, mas mudanças em tempo”. E para que essas mudanças possam ocorrer três fatores, no entendimento do professor, são fundamentais. “coragem, para realizar as mudanças; persistência, para não desistir na primeira adversidade; e relevância, ou seja, fazer a diferença”. Ao final da palestra, Mussak foi aplaudido de pé pelo público. 

Os desafios da comunicação na Era Digital 
 
Denize Bacoccina, superintendente de Agências e Conteúdos Digitais (Suadi), falou sobre o trabalho da nova área que engloba as agências Brasil e Radioagência, e o Portal EBC, que edita e divulga conteúdos de todos os veículos da empresa, com maior integração entre as equipes. 
 
Outro palestrante foi Maurício Pantaleão, da Pesquisa Núcleo Consultoria Empresarial, que realiza um trabalho de pesquisa do mercado editorial para a Adjori/SC. Um painel bastante atual sobre o cenário da comunicação e as transformações que estão ocorrendo no mercado deu sequência aos trabalhos. O painel foi mediado por Carlos Muller, diretor de Comunicação da Associação Nacional dos Jornais - ANJ. Para Rosa Estrella, os jornais impressos vão precisar estar no meio digital para continuarem existindo no mercado, porém, ela destacou que hoje a relevância da informação regionalizada é o grande diferencial. 
 
Pedro Silva, do IVC, começou destacando o fato da própria empresa ter mudado a sua nomenclatura, de Instituto Verificador de Circulação, para Instituto Verificador de Comunicação. Essa mudança, segundo ele, faz parte da nova realizada do mercado da comunicação, com o avança da informação digital. O secretário de Comunicação, Walter Bier, reafirmou o desejo do governo do estado de Santa Catarina de investir na mídia do interior, pois acredita que os jornais regionalizados são um meio importante de fazer chegar a informação a todos os municípios catarinenses. 
 
Roberto Messias seguiu nesta mesma linha, porém, lembrou que o Governo Federal vai privilegiar apenas aqueles que realmente trabalham com seriedade. Por isso, o cadastro de jornais é fundamental. 

 

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