A história não se apaga
22/11/2013 18:28
Quanto mais a vegetação cobre os morros do Vale do Itajaí, mais as marcas físicas da tragédia climática de 2008 se apagam. O que não se apagam são as recordaçõess das famílias que sofreram perdas irreparáveis diante de um desastre natural nunca antes ocorrido em nossa região. A cada novembro, as recordações se tornam mais vivas e a dor bate forte nos corações ainda enlutados dos moradores. Muitos preferem não mais falar da tragédia, pois creem que o silêncio é o melhor cicatrizante para as feridas que se abriram depois do fatídico novembro de 2008.
Neste sábado, dia 23, completam-se exatos cinco anos que a natureza em fúria avançou sobre o homem, respondendo às agressões que vinha sofrendo ao longo dos séculos de ocupação do Vale do Itajaí. Tão bela e encantadora, mostrou seu poder de reação da maneira mais cruel possível: destruindo, ferindo e matando.
Prevenção
Relembrar os acontecimentos faz parte do trabalho jornalístico, porém muito mais do que reabrir as feridas é mostrar o que de fato as autoridades fizeram e estão fazendo para prevenir catástrofes como a de novembro de 2008. Os antecedentes revelam que por diversas vezes, os moradores foram surpreendidos por enchentes e enxurradas, mas não um desastre natural das proporções do ocorrido em novembro de 2008. Por isso, de lá para cá a sociedade passou a discutir esses fenômenos com mais intensidade. Muito se pesquisou e dezenas de teses foram formuladas para se explicar o que de fato está acontecendo com o nosso clima e as nossas matas.
E o mais preocupante é que os especialistas em clima e geologia admitem que o fenômeno de 2008 pode voltar a se repetir. Portanto, o que parece hoje sereno e silencioso, amanhã pode se mostrar tão destruidor quanto há cinco anos. Cabe ao homem decidir se quer ou não se proteger.