DEZ ANOS DEPOIS

Memorial homenageia as vítimas

Prefeitura inaugurou memorial em homenagem aos 20 moradores de Gaspar que morreram na tragédia climática


Homenagem na principal praça da cidade de Gaspar/Alexandre Melo/Jornal Metas

A Praça Getúlio Vargas, no Centro de Gaspar, é um local de referência para a cidade. É ali, à sombra da tradicional Figueira, que são promovidos eventos, feirinhas, manifestações... e agora o local abriga também os nomes dos 19 mortos e de uma pessoa desaparecida durante a tragédia de novembro de 2008. A inauguração oficial do Memorial em homenagem às vítimas aconteceu na quinta-feira (22). O evento reuniu familiares e foi marcado pela emoção de quem, há 10 anos, teve que se despedir abruptamente de seus entes queridos. Com os olhares perdidos, os familiares tentavam segurar as lágrimas ao recordar das perdas. "Foram quase quatro meses procurando pelo corpo dela e não encontramos. Eu e meu irmão cavamos toda aquela terra com pá e enxadas. Até vidente levamos para o local, recorremos a tudo", lembra Ademar Cypriano, 57 anos. Ele é um dos filhos de Erna Cypriano, que morreu soterrada após um deslizamento de terra destruir sua casa, no bairro Belchior Baixo. Até hoje, o corpo da idosa não foi encontrado. Seu marido, Zigfrtitz Taihetch, também faleceu. "Não gosto nem de lembrar daquilo, eu era muito apegado a minha mãe e também ao meu padrasto, que vivia conosco há mais de 20 anos. Quando decidimos encerrar as buscas pelo corpo dela, levamos um padre e um pastor até lá para celebrar uma missa", afirma com a voz embargada o filho.

Jucimara Oeschler, 35 anos, perdeu o marido, o pai e um primo. Eles também foram soterrados por um deslizamento de terra, no bairro Arraial D`Ouro. "Não é fácil, né? Sempre lembramos de tudo o que aconteceu, mas acho justa e muito bonita esta homenagem", emociona-se. Hoje, Jucimara reside no loteamento das Arábias, às margens da BR-470, no bairro Margem Esquerda. Ela voltou a costurar, iniciou um novo relacionamento e teve o Jonas, hoje com três anos. A criança veio fazer companhia ao filho mais velho de Lucimara, que perdeu o pai há 10 anos.

Na oportunidade, o prefeito de Gaspar, Kleber Wan-Dall, pediu um minuto de silêncio em respeito a todas as vítimas da tragédia climática. Depois, ele lembrou o sofrimento do povo de Gaspar e a capacidade das pessoas de se reerguerem. Reconheceu ainda o trabalho do ex-prefeito, Adilson Schmitt que, na época, estava terminando o seu mandato, e do ex-prefeito Celso Zuchi, que assumiu em primeiro de janeiro de 2009 com a missão de reconstruir a cidade. O envolvimento de entidades de classe, clubes de serviços, lideranças religiosas, jipeiros, motoqueiros e voluntários também foi lembrado pelo prefeito. "Muito mais do que estarmos preparados para dar a resposta necessária em situações como essa, devemos também e, principalmente, investir em prevenção e conscientização. É isso que estamos fazendo, investindo na Defesa Civil e em porogramas", disse.

Ilhota

As vítimas de Ilhota também serão lembradas. Neste sábado (24), uma missa com a presença do bispo diocesano Dom Rafael Biernaski e do pastor Edimar será celebrada às 16h, na Igreja Nossa Senhora da Glória, no Braço do Baú. Às 17h30min está prevista a inauguração do Memorial, construído na estrada geral do Braço do Baú, próximo à entrada da trilha do Morro do Baú.




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