Espaço de histórias
Taxista há 43 anos, Mário Moser fala sobre o dia a dia de quem tem o táxi como fonte de renda
Para quem trabalha como taxista, não há um dia igual ao outro. São muitos os passageiros e destinos diferentes, assim como são muitas as histórias que se ouve e se conta todos os dias. Mário Moser, 73 anos, conhece como ninguém o dia a dia de um taxista. Esta é sua profissão há 43 anos e ele fala com orgulho que é o taxista com o maior tempo de estrada em Gaspar. “Meu tio, Leopoldo, era taxista e me recomendou que eu seguisse a profissão. Até então, eu plantava arroz e a situação estava difícil. Não me arrependi da troca”, relembra.
Já são mais de quatro décadas ao volante, que garantiu seu sustento por todos estes anos. Já faz 20 anos que o senhor se aposentou, mas ainda não pensa em parar de trabalhar. “Mais uns 10 anos de trabalho, quem sabe?”, brinca, com uma risada. Ele garante que, enquanto puder, continuará a levar muitos passageiros a seus destinos finais,
É do contato com muitas pessoas com realidade e histórias diferentes que Mário mais gosta em sua profissão. A cada corrida, ele pode conhecer um pouco da história e da realidade de quem embarca em seu táxi. A única coisa que o tira do sério é o trânsito. Ele considera os engarrafamentos o maior desafio para os taxistas. “Pode acontecer de um passageiro fica bravo quando percebe que vai chegar atrasado, mas o trânsito não é nossa culpa”,
Outro obstáculo já foi vencido: o preço da gasolina. Hoje quase todos os taxistas da cidade optaram pelo Gás Natural Veicular (GNV), que não sai tão caro para o motorista. “Se usássemos gasolina, até mesmo a corrida teria que ser mais cara”, afirma.
Como já é aposentado, Mário pode se dar a um pequeno luxo. Ele não trabalha mais nos finais de semana e nem nos feriados. E também não é todo o dia que ele resolve enfrentar o trânsito - que tanto o irrita - em horários de pico. “Às vezes, quando o trânsito fica muito caótico às 16h30, 17h, eu vou para casa”, revela.
Memória
Nestes 43 anos de profissão, ele passou por muitos momentos difíceis, histórias engraçadas e guardou diversas memórias. Há uma que cena, no entanto, que Mário garante que nunca irá esquecer. E esta não é a memória de um momento de felicidade. Certa vez, décadas atrás, um empregado do Moinho Günther cortou a mãe inteira em uma máquina de moía fubá. “Ele já não tinha mais a mão, era um toco ensaguentado e fui eu que o levei até o Hospital Santa Isabel. Naquela época, não tinha trânsito e me lembro que fiz este trajeto em apenas sete minutos - algo impossível hoje em dia” conta o taxista.