Em honra ao padroeiro dos motoristas

São voluntários que todos os anos se unem para organizar uma das festas mais tradicionais de Gaspar

Em honra ao padroeiro dos motoristas

A tradição cristã conta que São Cristóvão - o protetor dos motoristas - nasceu com o nome de Réprobo, na região da palestina. De grande estatura e forma física, ele era um guerreiro indomável que servia aos reis que o contratassem. Um eremita o converteu e o orientou a praticar a caridade, então ele abandonou as armas e passou a ajudar os viajantes a atravessar um profundo rio, onde muitas pessoas já haviam se afogado. 

Ele transportava os viajantes de uma margem à outra, usando para isso sua estatura e força. Certo dia, fez o mesmo com um menino. Conforme ele atravessava o rio, a criança ia ficando mais pesada e ele sofreu muito para conseguir levá-la com segurança para a outra margem. Ele perguntou: “Como pode ser isso? Parece que carreguei o mundo nas minhas costas”, e o menino respondeu: “Não o mundo, mas sim seu criador”. Assim, Jesus se revelou e o convidou a evangelizar. O grande homem mudou seu nome para Cristóvão - aquele que carrega Cristo - e passou a peregrinar levando a palavra de Cristo. Seu apostolado foi denunciado ao imperador Décio, que mandou que o prendessem e matassem.

Assim como o santo ensinou, a festa em sua homenagem, sempre na última semana do mês de julho, reúne um verdadeiro exército de voluntários. 

 Na tarde de quinta-feira (24), a movimentação já era grande no salão da capela da comunidade São Cristóvão, onde acontecem os festejos populares e atos religiosos. Moradores do bairro Gaspar trabalhavam para deixar tudo pronto para a festa, que iniciava à noite. Na cozinha, a preparação de cucas, bolos e pães estava a todo o vapor, enchendo os grandes fornos do local e deixando um cheiro delicioso no ar. “Por ano, fazemos uma média de 150 bolos e mais de 100 cucas. Quanto ao pão, não sei dizer um número exato, porque sempre fazemos conforme a saída. A massa do bolo é feita um dia antes da venda, porque precisa estar fria para podermos rechear e colocar cobertura. As cucas são produzidas e assadas no dia da venda, assim, a pessoa leva para casa um produto fresquinho”, conta Nina Gervasi, cozinheira que coordena a cozinha.

Entre as tantas opções de cucas e bolos, há um produto que se destaca. É o bolo de São Cristóvão, que caiu no gosto das pessoas não apenas pelo sabor da massa e recheio, mas também porque algumas das fatias vêm com uma medalhinha do santo. 

Nina conta que embora este seja o maior sucesso de vendas, o sabor preferido entre as pessoas da comunidade é o prestígio. O grupo de mulheres da cozinha ainda é responsável pelo pastel e cachorro-quente que são servidos no sábado e o buffet de domingo. “Não sei dizer quantas pessoas são voluntárias na cozinha, porque algumas vêm na sexta, outras no sábado ou domingo. Temos ajuda dos clubes de mães de idosos também. No fim, são quase sempre as mesmas pessoas que trabalham na festa”, conta Nina. Quase nada é comprado, a maior parte das coisas é doação.

Na parte das bebidas, a movimentação também é grande.  Neste ano, quem está na coordenação deste setor é Marcelo Schneider, de 27 anos. Ele conta que seu pai é coordenador do Conselho Pastoral da Comunidade. “Fomos criados assim, desde a época do meu avô a família inteira vinha. É importante manter isso, este espírito de união na família e entre a comunidade”, afirma. Ele revela que, no ano passado, foram comercializadas 1500 caixas de cerveja - com 12 unidades cada - e 500 caixas de refrigerante. Houve ainda uma inovação neste ano, no sistema de venda dos tickets. A partir de agora, a venda é feita em um sistema informatizado. “Para nós, que estamos na bebida, não é grande mudança, mas para os caixas, com certeza irá facilitar muito”, comenta o voluntário.

Várias gerações

No salão comunitário, é possível ver pessoas de todas as idades trabalhando. Na mesma mesa, embalando talheres, estavam Hilda Soares, 76 anos, e Maria Tereza Fantoni, 14 anos. Hilda é uma das voluntárias há 29 anos, desde o tempo em que a festa acontecia debaixo de uma lona. “As famílias criavam a galinhas para a festa. Quando comecei a ajudar, minha tarefa era matar as galinhas e deixar tudo arrumado para as mulheres mais velhas cozinharem. O recheio era feito numa máquina de moer carne que funcionava à mão e, enquanto as mulheres ficavam com a cozinha, os homens tinham que montar a estrutura da festa”, relembra. Por muitos anos, dona Hilda ajudou na cozinha, parte em que mais gostou de trabalhar. Além disso, fazia parte do clube de mães e bordava toalhas que eram sorteadas na roda da fortuna. “O clube faz isso até hoje, mas tive que sair porque um de meus filhos sofreu um acidente e agora estou ajudando a cuidar dele”, revela.

Há pouco tempo ela começou na embalagem dos talheres e divide a mesa com outras mulheres - todas voluntárias. Ela conta que aprendeu a importância de ajudar a comunidade com os pais, que era voluntários na Festa de São Pedro quando a festa de São Cristóvão ainda não existia. “Íamos até o centro a pé para ajudar na festa. Além disso, meu pai e meus irmãos ajudaram na construção da igreja matriz. 

Uma grande celebração

A celebração a São Cristóvão é a segunda maior festa dos católicos em Gaspar. O evento deste ano é o 31º. A festa religiosa só cresce. Para a edição 2014, segundo o Conselho Pastoral da Comunidade, são aguardadas mais de duas mil pessoas. Por isso, em 2011 a comunidade inaugurou a nova capela, com mais de mil metros quadrados e estrutura para receber até 600 pessoas. A manhã de domingo é a mais aguardada pelos festeioros, pois é quando acontece a tradicional procissão de veículos (ler matéria na página 8).

Programação

Dia 26 - Sábado

19h - Terceiro dia do Tríduo Religioso

20h - Início dos festejos

22h - Baile com a Banda 2010

Dia 27 - Domingo

7h15 - Procissão (saída do Ginásio de Esportes João dos Santos)

9h30 - Missa dos festeiros

11h15 - Almoço com churrasco, espeto e buffet

16h - Tarde dançante com a Banda 2010

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