O solo e o clima propícios da região fizeram com que, há 17 anos, o engenheiro agrônomo Guilherme Wehmuth iniciasse em Gaspar o plantio de palmeira real. Hoje, são 50 hectares de área plantada no bairro Arraial e uma produção média de cinco mil vidros de palmito por dia. 

O negócio, apesar de exigir um investimento alto, pode trazer retorno - basta ter um acompanhamento e orientações técnicas. “O preço do palmito é constante e existe uma forte concorrência no mercado. Além disso, há uma grande falta de matéria-prima na região”, ressalta o produtor. 

Três anos após iniciar o plantio da palmeira real e na época do primeiro corte, Guilherme percebeu que precisava agregar valor a sua produção. Foi assim que surgiu a Palmetto, que hoje emprega 30 funcionários direto, distribuídos nas funções da produção da muda, no plantio e na produção do palmito.

Na fábrica, são produzidos três tipos dele: o tolete, que é o principal produto; a rodela (fatias) e o palmito picado. Ao todo, três mil cabeças de palmito são processadas manualmente e cerca de 100 mil vidros de palmito com 300 gramas cada produzidos. “Hoje, apesar da plantação própria, 80% da minha matéria-prima é comprada”, afirma. A produção é escoada para Santa Catarina e também para outros Estados, como Paraná (PR), São Paulo (SP) e Rio Grande do Sul (RS), e, recentemente também para Minas Gerais (MG) e Espírito Santo (ES).

Em 2008, quando a região foi atingida pela catástrofe climática, Guilherme perdeu 15 hectares da sua produção. Foram dias difíceis, com a produção parada por dois meses e a incerteza de que poderia continuar. Mas, passada a ameaça, a Palmetto voltou com força total e hoje é exemplo para quem pensa em investir na cultura. “O plantio da palmeira real é altamente rentável para o produtor. Uma cabeça de palmito rende mais que R$3,00; tendo um custo de produção, em média, de R$1,20”, afirma. A palmeira real, como explica o engenheiro, pode ser plantada em pequenas áreas e o plantio feito com mão de obra familiar.