Incontestável liderança | Especial 90 anos de Gaspar

Os números do setor têxtil colocam Gaspar num patamar bem acima de outras cidades que tem na moda e vestuário uma das suas forças econômicas. O crescimento do segmento deu ao município o título de Capital Nacional da Moda Infantil, lei sancionado em 15 de junho de 2022 pelo então presidente Jair Bolsonaro, mas desde 2018 lideranças do setor empresarial, indústrias do segmento e poder público trabalharam por esse objetivo. 

Gaspar produz mais de 50% da moda infantil comercializada nas grandes magazines do país. A indústria têxtil emprega cerca de oito mil trabalhadores diretos e outros milhares indiretos, além de ser responsável por quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do município. Em números divulgados em 2022 pela Prefeitura, Gaspar tem 870 empresas de confecção, quase 500 facções e 85 tinturarias, fiações, tecelagem entre outros negócios que integram a cadeia têxtil. Cerca de 60% dessas empresas são voltadas para o setor infantil e 50% da produção de moda infantil do Brasil, comercializado, inclusive, para grandes magazines do país, vem de Gaspar.

Uma das empresas que fazem este setor andar é a Andritex, fundada em 1990 pelo casal Pedro e Valdete Andrietti. Eles iniciaram a empresa a partir da experiência em fábricas têxteis que trabalharam: Companhia Hering, por exemplo. No início, a Andritex produzia apenas roupas infantis e vendia principalmente no conhecido mercado do Brás, em São Paulo. “Era aquela coisa, fabricar um pouquinho, vender, começar de novo porque não tinha dinheiro, e foi assim por bons anos, até criarmos a nossa própria coleção e trabalhar com catálogos”, conta o filho do casal e que agora administra o negócio, Thiago Andrietti. 

Em 2012, quando Thiago começou a assumir a administração da empresa ainda ao lado do pai, trouxe algumas novidades, clientes com poder maior de compra, representantes comerciais e grandes magazines como Renner, C&A, Riachuelo, Pernambucanas, Carrefour, Netshoes e Dafiti. “Esses clientes maiores não compravam e não compram a marca Andritex, nós fazemos um trabalho exclusivo para eles, com a marca deles”, explica Thiago. Em 2018, a Andritex resolveu parar com marca própria e passou a produzir somente para os grandes players do varejo, o private label, como é chamado este tipo de oferta no mercado. Hoje, a empresa produz muito pouco com a etiqueta Andritex. “95% da nossa produção é de marcas de clientes”, conta Thiago.

A Andritex também expandiu os negócios e, além da moda infantil, trabalha com moda adulto. De cerca de três mil clientes ativos, a empresa passou a atender cerca de 12, mas com muito mais poder aquisitivo e mais lojas espalhadas pelo Brasil. colaboradores.

A ideia 

O vice-presidente da Ampe, Douglas Junkes, é considerado por muitos o pai da ideia. “Em uma reunião alguém falou sobre a identidade de Gaspar, citou Blumenau como a Capital Nacional da Cerveja, Pomerode como a cidade mais alemã do Brasil, Brusque, berço da fiação catarinense, Luiz Alves, como capital da cachaça, Ilhota com a moda ítima e praia e nós nada. E quando esse assunto veio à tona, eu disse: - por que não pleitear Capital Nacional da Moda Infantil?. Eu lembro da reação das pessoas, nem elas tinham noção do poderio que Gaspar nesse setor, a importância que nosso produto tinha no Brasil e isso causou um espanto”, relembra Junkes. 

O futuro  

Para Douglas, o título de Capital Nacional da Moda Infantil tem muito a agregar para a cidade e as empresas, mas ainda falta continuidade. “Deveria ser feito um trabalho em cima disso, uma união entre as entidades de Gaspar e as empresas para usarmos esse título, que fortalece a cidade, fortalece as empresas. Gaspar, Brusque, a nossa região aqui é vista como sinônimo de qualidade no Brasil, o nosso Vale do Itajaí, quando fala em ramo têxtil, é respeitado, quando vamos a qualquer lugar do brasil e fala que tem uma empresa têxtil na nossa região, é muito respeitado”. Douglas, junto com outros empresários de Gaspar, participa do grupo “Gaspar 2050”, que visa trocar ideias e pensar em ações efetivas para o setor têxtil da cidade. Segundo ele, outros segmentos precisam se apropriar do título para gerar negócios. “Conquistar o título foi fácil, levantamos os números, que são incontestáveis, mas o grande desafio, passados seis anos, é nos atentarmos às oportunidades que esse título traz, que não foi algo bem aproveitado pela cidade atpé agora”, afirma Douglas. Para ele, muitos empresários sequer divulgam isso nos seus materiais. “Você ser capital de alguma coisa amplia o leque de segmentos econômicos. Talvez o têxtil ou o vestuário sejam os que menos tenham a ganhar, porque eles já exploram isso no seu dia a dia, mas os demais segmentos econômicos da cidade precisam ter criatividade, promover eventos de moda, feiras, qualificar os profissionais que vão sair daqui para o Brasil porque aqui é a Capital Nacional da Moda Infantil, eventos relacionados a produtos de confecção, entre outros as pessoas que estão ao redor disso precisam ter criatividade e aproveitar também esse título”, finaliza.


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