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14/03/2025 17:03
GASPAR 91 ANOS

Especial Gaspar 91 anos: Marcas profundas na história

Por Daniel Nogueira

 Publicado 14/03/2025 16:58  – Atualizado 14/03/2025 17:03

  • Anfilóquio era exímio orador (Fotos: Arquivo Pessoal)

Conhecido pela generosidade e dedicação, Anfilóquio Nunes Pires foi peça fundamental no desenvolvimento da cidade

Anfilóquio Nunes Pires foi um homem que deixou marcas profundas na história de Gaspar. Nascido em 1894, em Tubarão, cresceu em um ambiente de grande efervescência intelectual e política, o que ajudou a moldar seu caráter e suas convicções. Sua trajetória o levou a diferentes cidades de Santa Catarina, sempre exercendo atividades ligadas às áreas de saúde, comunicação e política. No entanto, foi em Gaspar que ele fincou raízes e contribuiu de maneira definitiva para o desenvolvimento da cidade.

Sua neta, Maria Stela Pires Zimmermann, relembra com carinho a relação especial que tinha com o avô. “Meu avô era um homem como bem poucos que conheci na vida. De segunda a segunda, ele era um homem alegre. Nunca o vi de cara fechada. Ele estava sempre disposto a conversar, a falar com os netos e a atender os clientes da farmácia. Do trabalho, ele quase não falava. Era como se ele estivesse plenamente satisfeito com o que fazia.”

Em 1930, Anfilóquio chegou a Gaspar e abriu a primeira farmácia da cidade, a Farmácia Santa Cruz. O estabelecimento se tornou mais do que um ponto de venda de medicamentos; era um verdadeiro refúgio para aqueles que precisavam de ajuda. “Ele prestou inúmeros serviços à comunidade, porque na época não havia médicos. Eu mesma presenciei diversas vezes pessoas de poucas posses indo até a farmácia. Se não tinham dinheiro para pagar pelos remédios, ele simplesmente dizia: ‘Não precisa’. Ele era caridoso e humilde”, conta Maria Stela. Durante anos, ele se deslocava a cavalo para atender moradores. Essa dedicação fez com que ocupasse o cargo de Delegado de Polícia, sem qualquer remuneração. Também foi Conselheiro Municipal e participou ativamente do processo de emancipação de Gaspar.

A neta compartilha momentos que demonstram o caráter íntegro e generoso do avô. “Eu adorava ir à farmácia e ver ele atendendo. Ele me colocava em cima de um banquinho para que eu pudesse alcançar o balcão. No mesmo lugar, ele sempre deixava moedinhas para que, quando chegasse um neto, pudesse comprar um picolé ou bala.” Uma situação emblemática ocorreu quando uma cliente perguntou por que ele não vendia sabonetes e talcos. “Com calma, ele respondeu que esses itens poderiam ser encontrados na Casa Júlio Schramm, que ficava em frente. Jamais cogitaria fazer concorrência.”

Os desafios que enfrentou ao longo da vida foram muitos. Epidemias de febre tifóide, tuberculose e malária, sempre colocando o bem-estar da população em primeiro lugar. Sua dedicação ajudaram Gaspar a se tornar uma cidade mais estruturada. “Acredito que sua contribuição foi essencial para o engrandecimento da cidade. Ele era mais do que um farmacêutico, jornalista ou delegado. Ele era um homem que viveu para servir”, diz a neta Anfilóquio faleceu em 1973, aos 80 anos.

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