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14/03/2025 15:53
GASPAR 91 ANOS

Especial Gaspar 91 anos: A luta para não dividir

Por Daniel Nogueira

 Publicado 14/03/2025 15:46  – Atualizado 14/03/2025 15:53

  • População de Blumenau saiu às ruas no dia 22 de fevereiro de 1934, para protestar contra o decreto que retalhou o município (Fotos: Acervo do Arquivo Histórico de Gaspar)

Governo estadual ignorou protestos e criou 36 novos municípios, enfraquecendo politicamente a cidade

Blumenau vendeu caro a separação de Gaspar e de outros município. Na época, era o maior município de Santa Catarina, com área de mais de 10 mil km², englobando diversas colônias. Sob a bandeira do nacionalismo, o Governo do Estado, sob intervenção federal, iniciou um processo de divisão da cidade colonizada por alemães e que se mantinha fiel às tradições germânicas. Em 1933, Blumenau rejeitou os candidatos do Partido Liberal Catarinense, o que incomodou o interventor Aristiliano Ramos. Em fevereiro de 1934, ele assinou os decretos criando os municípios de Gaspar, Indaial, Timbó e Dalbérgia (atual Ibirama). A justificativa era administrativa, mas a população sabia que o objetivo era reduzir a força política da cidade.

Na época, Aristiliano Ramos prometeu que a decisão de dividir Blumenau somente seria tomada depois de um plebiscito, mas ele não cumpriu o combinado. Foi neste momento que a população de Blumenau se revoltou. Uma comissão foi enviada à Florianópolis na tentativa de reverter a decisão, mas o interventor se recusou a recebê-la. As lideranças se mobilizaram no movimento “Por Blumenau Unida”, que buscou apoio até em outros estados, mas sem resultados favoráveis. No dia 22 de fevereiro de 1934, quando foi assinado o decreto, a revolta tomou conta das ruas de Blumenau. Comércio e indústria fecharam as portas e a população saiu às ruas em passeta com cartazes onde se lia frases como “Morram os traidores de Blumenau”, numa demonstração clara de que a população não aceitava a decisão.

Para reprimir o movimento, Aristiliano Ramos exonerou o prefeito Jacó Alexandre Schmitt e nomeou o capitão Afonso Martins dos Santos, garantindo que a cidade estivesse sob o controle das forças de segurança do estado. Houve até um tentativa de reação armada, mas os líderes do movimento recuaram temendo um grande derramamento de sangue. O Governo do Estado não voltou atrás e 36 municípios foram criados a partir do território de Blumenau, que foi reduzido de 1o mil km² para 519 km².

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